die fälscher
19/Jun/2008 @ 06:39 Cinema

Ontem, na minha ronda pelo clube de vídeo e sem saber muito bem o que escolher, a empregada disse-me, “Olhe, temos um filme novo que é muito bom”. Como eu estava mesmo a ver que não ia alugar nada no meio do lixo que são os clubes de vídeo, resolvi aceitar a sugestão.
Foi então que trouxe Die Fälscher, em português, Os Falsificadores.

É um filme austríaco que ganhou o Oscar deste ano para melhor filme estrangeiro.
E de facto é um filme absolutamente fabuloso. Nem está nos cânones dos filmes de Hollywood, mas também não é cinema europeu chato. É simplesmente um excelente filme. Ponto.
Conta a história verdadeira de uma operação secreta Nazi durante a 2ª Guerra Mundial para falsificar libras e dólares em larga escala. Num primeiro momento para inundar a Inglaterra e os EUA com eles, destruíndo-lhes assim a economia; Mais tarde, já com a Alemanha na falência, para continuar a pagar o esforço de guerra.
É aqui que Sall Sorowitsch – um russo judeu a viver na Alemanha que tinha sido preso antes da guerra por falsificação – é transferido para um campo de concentração para liderar um grupo de outros presos que eram antes de irem para campos de concentração, especialistas em tipografia, desenho, colótipo, etc., todos judeus também.

Estavam num campo concentração tão horrível como qualquer outro Nazi, mas eram especiais.
Viviam e trabalhavam num pavilhão do campo isolado, eram bem tratados, alimentados, tinham instalações sanitárias, camas a sério, fins-de-semana, uma mesa de ping-pong e até… médico, outro judeu prisioneiro. Enfim, dentro do que é possível sendo-se preso num campo de concentração, viviam como uns nababos. Mas não ignoravam o que se passava no campo fora do pavilhão.

Não vou ser aqui um spoiler, mas o filme é também acerca do instinto de sobrevivência, de valores e de quão se está disposto a deixá-los cair simplesmente para poder continuar a viver em situações extremas. Mostra também que havia judeus dispostos a colaborar com os Nazis pela sua sobrevivência (não é novidade) e que também havia oficiais Nazis que não comiam criancinhas ao pequeno almoço (também não é novidade).
A relação de respeito múto que se estabelece entre Sall Sorowitsch e o Oficial Nazi que comandava a operação, não sem as suas tensões é uma marca do filme.
Não são duas horas de lamechice. Os Nazis odiavam tanto estes judeus que tão bem tratavam como qualquer outro. Mas precisavam deles para fazer um trabalho extremamente importante e logicamente sabiam que só prisioneiros bem tratados o poderiam fazer. E estes sabiam que enquanto o fizessem, sobreviveriam.
Não há cenas de violência no filme, mas o que não se vê do campo de concentração fora daquele pavilhão, está sempre no ar.
Os actores são fantásticos, Karl Markovics encarna um Sall Sorowitsch genial e o filme é muito, mas mesmo muito bem realizado.

Definitivamente a ver. Corram aos vossos clubes de vídeo e vejam por vós. Eu por mim, vou comprá-lo para a minha videoteca.

-MG
rss 1 pá de carvão
  1. 24/Jun/2008 | 11:08

    Adorei o filme.

    Tive o prazer enorme de ver este filme quando passou por cá no cinema em Abril.

    Fabuloso, pura e simplesmente.

    http://paranoiasnfm.wordpress.com/2008/04/02/die-falscher-the-counterfeiters-os-falsificadores-review/

    E o actor principal.. que papel fantástico.. simplesmente brutal.

    A personagem encaixou perfeitamente neste actor.

    Nem há muitas palavras.


    A usar Mozilla Firefox Mozilla Firefox 3.0 em Windows Windows XP
atira-lhe uma pá de carvão

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