filmes de guerra dos camónes
30/Jan/2008 @ 06:25 Cinema

Há dias, ao ver um filme camóne de guerra, reparei em dois ou três erros que aparecem em todos esses filmes. Ora eu, que fui Oficial do Exército Português, Atirador de Infantaria pertencente à Brigada Mista Independente da NATO e único a ter a estrela de sniper num batalhão de 800 homens, acho que sei do que passo a falar e a esclarecer as mentes menos atidas aos ambientes de caserna:

  • Numa situação de guerra, nenhum graduado usa os seus Galões (Oficiais) ou Divisas (Sargentos), pois seriam obviamente os primeiros alvos a abater pelo inimigo para quebrar a cadeia de comando;
  • Igualmente e pela mesma razão, não se faz continência a ninguém, pois seria o mesmo que dizer ao inimigo quem manda ali e o resultado ser igual ao do ponto anterior;
  • Esta agora é o máximo. Quando uma pessoa se protege de um atirador atrás de uma árvore e quer ripostar, deve fazê-lo pela esquerda se o inimigo for destro e pela direita se for canhoto. Caso contrário, cai imediatamente no fogo enviuzado que nem um pato. Nos filmes camónes é ao contrário. É um rir;
  • Também alguém me há-de um dia explicar como é que se dispara uma M-16, uma Kalashnikov, uma G-3 ou qualquer outra espingarda automática em modo rajada com uma só mão. É que nunca vi ninguém que conseguisse fazer tal acrobacia. Nem os Sargentos do quadro permanente, daqueles duros e tesos que nem cornos.

Tudo erros crassos que se passam nos filmes de camónes.
Acho que vou mandar o meu currículo para Hollywood a candidatar-me a consultor militar dos filmes de acção.

Produtores de Hollywood, se me estiverem a ler, o meu email é gamito@gmail.com
Escrevam-me, desde já agradeço e garanto que faço melhor serviço do que o que têm actualmente.

-MG
rss 8 pás de carvão
  1. tiago
    30/Jan/2008 | 11:37

    como tenho desejo de integrar as forças armaadas proximamente(tenho apenas 20 anos) gostaria que proximamente pudesse falar um pouco mais dessa temática quando assim
    achar interessante fazê-lo…obrigado.


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  2. tiago
    30/Jan/2008 | 11:40

    espero que possa falar mais da sua experiencia como oficial,é o meu desejo sê-lo um dia tb
    ..obrigado


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  3. 30/Jan/2008 | 12:57

    @tiago: Eu fiz o curso de Oficial Miliciano em Mafra na Escola Prática de Infantaria. A minha especialidade era Atirador de Infantaria e era o único sniper num batalhão de 800 homens.

    Depois do curso, fui para Tomar. Em vez de ir dar recruta, fui para uma Companhia de Atiradores da Brigada Mista Independente que, nessa altura, era a unidade do Exército afecta à NATO.

    Portanto, eu comandava um pelotão (~ 30 homens) de soldados prontos (portanto que já tinham feito a recruta).

    O dia-a-dia era fazer exercícios e fui muitas semanas completas para Santa Margarida fazer exercícios da NATO. Eram semanas inteiras dentro de um buraco que tinhamos que cavar.

    Fiz exercícios de helicóptero com a força aérea (golpes de mão e assim), desembarques na praia com a Marinha, enfim, foi uma tropa diferente do comum.

    Quanto à liderança, não é fácil. A primeira coisa que um Cadete (recruta para Oficial) aprende, é a diferença entre ser chefe ou líder. Um oficial tem que ser um líder, de modo a levar os subordinados a executarem as ordens (que de qualquer modo têm sempre que executar) de boa vontade e não porque temos uns galões em cima dos ombros.
    Não é fácil, tem que ser um bocado com o pau e a cenoura.

    Agora com a tropa profissionalizada, isto já deve estar um bocado mais fácil.

    Enfim, não queria nem por nada ir para a tropa, quando soube que ia e para Mafra ainda por cima, até chorei. Mas no fim - e hoje - foi uma experiência espectacular e que me ensinou muito para a vida na relação com as pessoas no trabalho, por exemplo.

    Já agora, se ainda não viste, vai aqui: http://www.apeadeiro.org/?p=16


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  4. 30/Jan/2008 | 17:45

    Andas a tomar absinto a mais, ó feijão verde! Vê lá mas é se corriges o título do post…
    E nada como a Marinha, que fique bem claro! :P


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  5. 30/Jan/2008 | 22:06

    E eu no ar a ver uns a arranhar e os outros a nadar…

    RedTuxer: O Mário Gamito desde que lhe ofereceram um portátil com aquela coisa nem dá por ela…
    Mário Gamito: Compra uns óculos e deixa-te desses vícios que o teu patrão te impingiu.

    @braço.

    PS: Essa do ar foi só para haver guerra. O meu percurso foi um pouco parecido com o do Mário Gamito. No entanto fiz depois um curso civil de “calhau” onde nalguma vezes cheguei a ver o Mundo da altura de 4.000m.
    Lindo!


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  6. xavier
    2/Fev/2008 | 16:16

    Duas perguntas: 1. Não vai corrigir o título do post pois não? 2. “atidas” significa o quê?

    Não vale a desculpa de dizer que é feijão verde…


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  7. 2/Fev/2008 | 17:16

    @xavier: 1. Oopss… obrigado pela chamada de atenção;
    2. Significa mais ou menos propensas.


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  8. tarzan
    29/Fev/2008 | 17:08

    atido
    adj.,
    apoiado;
    fiado;
    esperançado.

    ;-)


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atira-lhe uma pá de carvão

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