“The worst thing about getting old is remembering when you were young.”
in The Straight Story.
Tenho quase quarenta anos, o que significa que mais ou menos na melhor das hipóteses, já vivi metade da minha vida. Não sei o que se passa com as outras pessoas quando chegam a esta idade, mas a mim dá-me para uma certa nostalgia dos meus tempos de adolescente e adulto jovem.
Há meses, comprei a edição em CD da compilação do Zeca Afonso que já tinha tido em vinil e guardei no armário dos CD bem guardadinho. Há pouco tempo fui pôr a tocar. Não consegui ouvir mais do que meia-dúzia de canções. A quantidade de emoções mistas, de recordações, que aquela música que toda a vida ouvi foi demais para mim. Voltei a guardar os CD no sítio deles.
Isto faz-me lembrar o novo Indiana Jones que aí vem. Apesar de achar o Steven Spielberg um realizador medíocre, dou-lhe todos os créditos por esta série de filmes. São despretensiosos, mas absolutamente honestos. São pura aventura. E nisto, ele é muito, mas mesmo muito bom. O Professor Universitário, arqueólogo, homem do chicote e da pistola e mulherengo (que o José Rodrigues dos Santos copiou descaradamente para a personagem Tomás Noronha dos seus livros), safa-se das situações mais encrencadas de um modo em que acreditamos. Quem nunca viu os três filmes anteriores, aconselho a que veja antes deste.
Eu sou da geração do Indiana Jones (para não falar do Charlie Brown, Pink Panther, etc.), não sou das tartarugas ninja e bodegas do género. Lembro-me de ir ver o primeiro, em 1982, no Teatro Aveirense ou no Avenida, já não me lembro bem.
Pretendo ir ver o novo filme, mas pergunto-me se me vai provocar o mesmo efeito que a música do Zeca.
Se sim, saio a meio.