enchi com a madeira e os açores
14/Jan/2009 @ 18:22 Sociedade

Hoje de manhã, ouvi nas notícias que nos Açores colocaram a respectiva bandeira à mesma altura do que a da Bandeira Portuguesa. Não, isto não é uma piquínhice. É um acto carregado de simbolismo, uma mensagem pouco subliminar e uma afronta a um dos três símbolos nacionais (os outros dois são o Estandarte Nacional e o Hino Nacional). Mais ainda, os nossos constitucionalistas já disseram que tal acto é inconstitucional. As Forças Armadas para já não comentam, mas dizem (se bem percebi) estar a seguir o caso. Ao que nós chegámos. Quando as Forças Armadas de um país democrático dizem que estão a seguir um caso relativo ao seu próprio país, há definitivamente qualquer coisa que está *mesmo* mal. Há anos e anos que os imperadores das nossas ilhas vêm sugando biliões do nosso Orçamento de Estado, recebendo proporcionalmente muito mais do que o continente por parte da UE (as ditas regiões ultra-periféricas), tendo assim um nível de vida superior ao de cá e a única coisa que recebemos em troca são patadas, chantagens para sugar mais massa e sermos chamados de cubanos entre outras alarvidades.
Claro que sei que os sucessivos governos sempre cederam às chantagens por motivos puramente partidários e que o Sócrates ajudou a que esta festa da bandeira pudesse ter tido lugar passados dois ou três dias daquela lei abjecta ter sido promulgada pelo Presidente da República. E também não confundo os bons povos da Madeira e dos Açores com os seus dirigentes políticos, embora sejam eles que os elegem quando têm alternativas ou eles próprios as podem criar.
Tenho pena é de quando há uns anos atrás São Tomé e Príncipe manifestou interesse em se tornar um protectorado português, se tenha assobiado para o lado aqui por estas bandas. Esses falantes da nossa língua, sim. Mereciam toda a nossa ajuda para se endireitarem primeiro e depois com o potencial turístico e de café de grande qualidade que as ilhas têm, se transformarem num paraíso económico. Teria sido bem mais barato para nós e mais proveitoso para ambas as partes do que sustentar quem é mal agradecido, para não dizer pior.
Estou farto. Independência por decreto para a Madeira e os Açores, já.

[Actualização]: Nem de propósito. O respeitadíssimo e consideradíssimo constitucionalista e também escritor de artigos de opinião no jornal Público nos tempos livres – Vital Moreira – escreveu ontem mesmo no blog Causa Nossa (que visito praticamente todos os dias) o seguinte:

“Nas poucas ocasiões em que Mário Crespo conseguiu interromper o torrencial e obsessivo discurso do líder madeirense, ontem na SIC, faltou uma pergunta, quando Jardim se queixava da diminuição do subsídio orçamental da República para a Madeira.
E a pergunta é esta: «Mas porque é que o Continente há-de ainda continuar a subsidiar a Madeira, se a sua riqueza já está bem acima da média nacional?»
Pelo contrário, em vez de o Continente continuar a subsidiar a Madeira, que já beneficia de todas as receitas fiscais nela cobradas, deve ser esta que deve começar a pagar a sua quota-parte nas despesas gerais da República (desde as forças armadas à representação diplomática, desde a justiça às contribuições para as Nações Unidas e a União Europeia, etc.), despesas para as quais as regiões autónomas não contribuem, constituindo encargo exclusivo dos contribuintes do Continente.
Em vez de ter todos os benefícios e nenhum encargo, era bom que a Madeira começasse a comparticipar nos encargos nacionais comuns (dos quais, aliás, as regiões autónomas nunca deveriam ter sido isentas).”

Link para o artigo original aqui.

-MG
rss 6 pás de carvão
  1. 14/Jan/2009 | 18:58

    Uma vergonha.
    Joguinhos, só acho que isto tudo foi mesmo para enganar os Açoreanos com pseudo guerras com o Continente PDS na forma de não dar cavaco ao outro de mesmo nome.
    O outro continente do PS aposta na pessegada da lei e na existência de uma tal de Constituição para mandar tudo as urtigas.

    O pior é que resultou em toda a linha.


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  2. PTVR
    14/Jan/2009 | 20:04

    Por mim já tinham a independência há já muito tempo.
    Queria ver o Alberto João Jardim a falar alto quando já não estivesse a sugar o dinheiro do continente!!!


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  3. 14/Jan/2009 | 20:16

    É, iam os dois arquipélagos ficar um bordel dos EUA como Cuba antes do Fidel.


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  4. mcb
    15/Jan/2009 | 00:39

    Tipo ALLgarve?


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  5. 15/Jan/2009 | 01:06

    @mbc: Já o nosso país foi durante muitos séculos o Reino de Portugal e dos Algarves.

    Acho que isso já quer dizer alguma coisa :P


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  6. mcb
    15/Jan/2009 | 14:22

    Concordo. Como Angra do Heroísmo, que foi sede de reinado português quando nuestros hermanos atravessaram a fronteira decididos a ficar com tudo.

    Apesar de açoriano concordo com o essencial da ideia que transmite no post, a excepção vai para um ou outro ponto.

    A questão do Estatuto dos Açores tem levantado algumas polémicas. A da bandeira nos quarteis é apenas e só mais uma, talvez a de menor importância no meio da questão fulcral que a alteração ao Estatuto prevê. Não concordo - não posso concordar - que, por exemplo, o representante máximo da República Portuguesa perca valor estatutário, em determinadas situações, em prol da arrogância do actual líder do executivo do Governo Regional dos Açores.


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atira-lhe uma pá de carvão

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