A propósito deste artigo do Mário Valente com o qual estou completamente de acordo (excepto na parte ideológica, mas isso agora não vem à discussão), veio-me à lembrança um caso que se passou há um ou dois anos que foi alguém ter descoberto que a equipa (três pessoas, salvo erro) que geriam o investimento em bolsa da Segurança Social, ganharem mais do que o Presiednte da República e esse alguém ter passado a informação à SIC.
A SIC, claro está, pegou logo no caso e chamou para entrevista no Telejornal o Director de Serviço dessas pessoas. A conversa foi curta (provavelmente mais do que a jornalista gostaria). O director não esteve com papas na língua e disse, citando de cor, qualquer coisa como “Sim minha senhora, ganham mais do que o Presidente da República, mas a senhora devia ter feito o seu trabalho de casa e saber que três pessoas, conseguiram no ano passado mais ganhos em bolsa do que qualquer banco em Portugal. O que eles auferem de ordenado são amendoins em comparação com os ganhos que trouxeram à Segurança Social. Vou fazer o quê ? Cortar-lhes metade do ordenado ? Vão-se embora e eu contrato outros três que não conseguem resultados. É isso que se pretende ?”.
A pivot nem piou, despediu-se do convidado, passou o mais depressa que pôde à notícia seguinte e mais nenhum órgão de comunicação social pegou na história.
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Bem, a resposta dele acho que consegue cortar a resposta a qualquer um, omg :)
A usar
Bem concordo e não concordo…
No caso que referiste até que o salário não é nada de especial, convenhamos o primeiro ministro nem ganha quase nada para um cargo de tão elevada responsabilidade, (ganha mais que suficiente para viver bem), no entanto comparado com alguns gestores de empresas privadas em Portugal é uma anedota.
Quando alguns se queixam, (repara, que é contra o que se paga no privado), têm motivos bem menos moralistas para se queixar. É que o estado por razões que têm muitas vezes a ver com falso moralismo de órgãos de comunicação, não pode pagar os salários dos privados na administração pública. Portanto tem grande dificuldade em manter os gestores bons.
Basicamente baixar a balança do lado que eles podem fazer qq coisa…
No entanto em Portugal nem todos os gestores são bons, estatisticamente até ta provado que não o são. O que coloca a questão.
Então em media não deviam ganhar tanto quanto os outros lá de fora?
Mas ganham!
Os exemplos de maus gestores a ganharem fortunas são muitíssimos. (não esquecer a CP.)
A usar
Politicamente sinto-me mais próximo do MV do que do Mário. Detesto que o estado se ache do direito de me tratar como se trata um filho. No entanto serie interessante ver qual o valor médio pago a gestores em empresas com desempenhos e dimensão semelhantes pela Europa e verificar em que países eles são mais bem pagos sem uma contrapartida no desempenho das empresas.
O que é válido, isto é fazer estudos comparativos, para empresas e gestores deveria ser também válido para políticos e governantes.
Notas: Desde 1820 somos governados por mais licenciados, mestres, doutores e professores que a generalidade dos países europeus e contudo os nossos resultados são historicamente consistentemente maus. Será pouca exigência para passagem de canudos? Será fraca avaliação das capacidades de cada um?
Além de, alguma, incompetência não haverá também outras “coisas” que possam explicar os maus resultados e as remunerações demasiado (para os maus resultados) altas?
A usar