sobre a qualidade dos pilotos portugueses
22/Jan/2009 @ 16:50 Sociedade

Se há repórter televisivo português que admiro, o Luís Costa Ribas da SIC é um deles. Deve ter sido dos primeiros a manter um blog em situações de guerra, relatando o seu dia-a-dia. É óbvio que não é pelo blog que o admiro. No entanto, usa um estilo muito particular de escrever. E agora relacionar o que escrevi com a qualidade dos nossos pilotos (neste caso os militares): em 2006, esteve a cobrir a guerra Israel vs. Líbano já na fase em que a ONU estava metida no meio dos dois. E aqui ficam duas citações do que escreveu:

8 de Agosto de 2006:
“O telefonema veio no domingo à noite, a duas horas do fim das minhas férias. “Camarada, Beirute amanha à tarde?”, pergunta o sub-director de informação José Gomes Ferreira. Como dizer que não a uma proposta que parece um convite para jantar?

E segunda-feira à tarde lá embarquei para Beirute, com o repórter de imagem Rui Florido. Para grande surpresa nossa, viajamos em classe executiva - alguém na secção de finanças vai ser amarrado ao pelourinho e flagelado.”

10 de Agosto de 2006 (o bold é meu):
“Os deuses devem estar loucos, por não me terem impedido de trocar um lugar na executiva da British Airways por um banco de lona num Hércules C-130 da Forca Aérea Portuguesa (FAP). Mas foi assim que, hoje, saímos de Beirute a caminho de Chipre. Podíamos ir de carro até Damasco, dormir lé, e chegar a Lisboa terça-feira, ou aproveitar a boleia da Força Aérea e chegar a Lisboa um dia mais cedo. Viemos com a FAP, mas ficamos em Chipre mais um dia porque o avião português tem que regressar a Beirute uma vez mais, a pedido da ONU.

A tripulação é de cinco estrelas. E quero dizer que prefiro voar com o tenente-coronel Azevedo Santos e a sua tripulação do que em algumas companhias aéreas em que tive a desdita de me deslocar.

Esta opinião é partilhada pelos nossos colegas de viagem - quatro jornalistas portugueses que acompanham a missão humanitária da FAP: Patrícia Fonseca e Inácio Ludgero (Visão), Fernanda Cachão (Correio da Manhã) e Paulo Nuno Vicente (Antena Um).

Para que conste, são estes os membros do Esquadrão de Transporte 501, comandados pelo ten-cor. Azevedo Santos: capitão João Meira, tenente Manuel Bravo, e sargentos Francisco Correia, Orlando Barreto, José Silva, Ricardo Cruz, José Fernandes e Luís Cachulo.

Como sinal da nossa gratidão, prometemos pagar-lhes o jantar ou a conta do bar no hotel aonde pernoitamos em Limassol. Os órgãos de comunicação social portugueses não costumam pagar contas de bar nem grandes jantares, mas pouparam o suficiente com esta boleia para não serem sovinas…”

Se alguém tiver curiosidade em ler o resto desse blog (não são muitos artigos), IMHO vale bem a pena pela estilo tão solto, informal e ao mesmo tempo da grande qualidade da escrita. Ainda está aqui.

-MG
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