Ontem vi um filme com o John Malkovitch. E fez-me lembrar um conjunto de actores: ele, o Sir Anthony Hopkins, o Sean Penn, o Edward Norton, o Daniel Day-Lewis e mais um ou dois de que não me lembro agora, a que chamo “actores Zen”. Passam por um filme transmitindo uma serenidade e uma paz interior indescrítiveis. “Este sou eu e só um, o actor e a personagem”. Não sabem representar mal, não usam tiques. São só eles em frente à câmera numa postura de calma e tranquilidade, independentemente do género de filme.
Há tempos, no Late Night Show com o Conan O’Brien, o convidado era o Sir Anthony Hopkins.
No entanto, e ao contrário do que é habitual, o programa não foi histérico ou especialmente divertido. O anfitrião conduziu uma entrevista normal a um Anthony Hopkins sereníssimo, tranquilo, um “actor Zen” como lhe chamou Conan O’Brien, precisamente.
A dada altura, do alto dos seus 68 anos, Anthony Hopkins disse qualquer coisa como isto:
“Às vezes convidam-me para ir dar umas aulas à UCLA e o que me incomoda mais é a tensão, o nervosismo, a urgência daqueles alunos. E eu, porque também já fui jovem e também já fui assim, costumo dizer-lhes que o mundo amanhã vai voltar a girar e que a harmonia na vida deles não depende de um 17 ou de um 18, de um encontro satisfatório, da concretização de todos os seus sonhos. Não quer dizer que não lutem por tudo isso - devem fazê-lo - mas aceitem e aprendam com os sucessos e também com os insucessos e frustações.”
Parece contraditório, mas não é. É precisamente assim que se deve ser. Zen.
O Malkovitch tem o meu respeito eterno desde que o vi no filme “Being John Malkovich”. Um actor do seu calibre que se presta a satirizar a sua própria personna como ele o fez tem mesmo que possuir uma enorme descontracção.
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Grandes palavras. Pode parecer fácil falar para quem teve uma vida cheia de sucessos como Anthony Hopkins, mas de certeza que nem sempre foi assim…
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