invejo
30/Jan/2009 @ 12:10 Internet

Às vezes invejo não ser um joe user da Internet. Daqueles que a usam alegremente pensado que o Instant Messaging foi inventado pela Microsoft, se chama MSN e que não há outro; daqueles para quem o e-mail é só mais “uma página da Internet” que por qualquer razão misteriosa que desconhecem, lhes permite escrever a alguém usando um endereço esquisito com um caracter igualmente esquisito pelo meio; daqueles que vêem as maravilhas que o Google Maps permite e simplesmente as fitam em deslumbramento; daqueles a quem a chamam à World Wide Web de Internet; daqueles que simplesmente desfrutam dos prazeres que a Internet lhes proporciona, na “inocência” de não saberem quais as rodas dentadas que os fazem girar e de muito menos nessa sabedoria quererem estar interessados. É o prazer por algo que os transcende e que lhes é… mágico.
E deste modo, utilizam a Internet com uma luzinha sempre acesa no seu interior.

Porque é que eu os invejo ? Porque divertindo-me também na Internet com tudo aquilo que me proporciona, sei como tudo isso funciona (em maior ou menor grau consoante os casos, bem entendido). E quando aparece algo de novo também fico em deslumbre, sim. Mas ao mesmo tempo, dou por mim de imediato a magicar e a investigar como aquilo funcionará.
De nada me serve (em termos de prazer) saber que o Instant Messaging já existe há décadas no UNIX (talk) e que as implementações de hoje se baseiam exactamente no mesmo conceito. Claro que gráfico, enfeitado de emoticons, som, vídeo, partilha de ficheiros e o mais que se lembrarem de lhe acrescentar; De nada me serve (em termos de prazer), saber que o e-mail são protocolos e RFCs como o SMTP, IMAP, POP3 e demais; De nada me serve (em termos de prazer) utilizar algo que não me é transcendente, nem… mágico.
E, assim sendo, não se acende uma luzinha cá dentro como acontece com os tais joe users. Quando muito e às vezes, apenas um pequeno e fugaz brilho de uma qualquer estrela cadente que dura o momento de um fogo fátuo.

Outras vezes, invejo os condutores de empilhadoras pensando em quão divertido deverá ser conduzir aquelas “bombas”; outras vezes ainda, invejo os mestres da calçada portuguesa pela Arte de que são capazes; outras vezes e para terminar, simplesmente invejo os salários milionários dos administradores de duas ou três empresas para as quais tive o prazer de trabalhar :)

E é só isto.

[Aditamento]: A palavra “inveja” não é para ser levada ao pé da letra, como é óbvio. É apenas uma força de estilo e nada mais do que isso. Fica o esclarecimento.

-MG
rss 9 pás de carvão
  1. Engenheiro
    30/Jan/2009 | 12:34

    Quando vês um ilusionista em acção tentas apreciar o espectáculo ou tentas perceber como é que ele faz aquilo? Na minha opinião, as pessoas que estão à procura dos truques e dos fios invisíveis não conseguem se divertir tanto.

    Por outro lado, e falando cientificamente, não acredito no par ignorância/felicidade… se calhar prefiro mesmo saber como é que as “coisas” funcionam e divertir-me um pouco menos.

    Abraço Gamito

    p.s.(1) Acho a palavra “inveja” muito forte e desagradável. Detesto essa palavra.

    p.s.(2) Já te enviei as linhas acerca do meu problema disco externo usb no linux ubuntu. Deixei no tópico em que a discussão foi iniciada. Quando puderes passa uma vista de olhos. Obrigado.


    A usar Mozilla Firefox Mozilla Firefox 3.0.5 em Windows Windows Vista
  2. 30/Jan/2009 | 12:56

    A palavra inveja não é para ser levada à letra.
    Vou editar o artigo para que isso fique bem explicito.

    Sim, já vi as linhas mas ainda não tive tempo de as analisar. Quando o fizer, dou-te o meu feedback.

    Abraço.


    A usar Mozilla Firefox Mozilla Firefox 3.0.5 em Windows Windows Vista
  3. 30/Jan/2009 | 12:59

    Quando perdes a inocência perdes o prazer
    :p


    A usar Mozilla Firefox Mozilla Firefox 3.0.5 em Ubuntu Linux Ubuntu Linux
  4. 30/Jan/2009 | 13:01

    Concordo a 100% com a frase mas não com o smiley. Para mim, seria mais um :( do que um :P


    A usar Mozilla Firefox Mozilla Firefox 3.0.5 em Windows Windows Vista
  5. 30/Jan/2009 | 14:17

    :( é muito depressivo.. :P torna a vida menos melancólica e mais apetitosa


    A usar Mozilla Firefox Mozilla Firefox 3.0.5 em Ubuntu Linux Ubuntu Linux
  6. Talk?
    30/Jan/2009 | 19:44

    Talk? hmm… Tens a certeza? É que sempre pensei que o write fosse mais velho. Aliás como não tem ncurses deve ter sido desenvolvido primeiro… Isto é apenas uma suposição.

    Mto me ri eu à custa de um:

    cat | write

    lol. Era ver aquilo a apitar por todos os lados e o pessoal todo atrapalhado! :P


    A usar Opera Opera 9.63 em Linux Linux
  7. Talk?
    30/Jan/2009 | 19:45

    O comando ficou cortado.

    Era um: $ cat ficheiro_binario_grande | write user


    A usar Opera Opera 9.63 em Linux Linux
  8. 30/Jan/2009 | 20:24

    sim, também há o write. Não quis dizer que o talk fosse o único ou o mais antigo. Foi o que me veio primeiro à ideia, sendo que esta não era indicar exactamente qual o IM que apareceu primeiro, independentemente do sistema operativo.

    E sim, com UNIX, podemos pregar umas belas partidas ao pessoal :)


    A usar Mozilla Firefox Mozilla Firefox 3.0.5 em Windows Windows Vista
  9. 1/Fev/2009 | 12:10

    Percebo perfeitamente o que queres dizer, mas ao mesmo tempo acho que estás a partir de uma premissa errada. É certo que alguns dos maiores prazeres que tive na vida foram quando ainda não conhecia bem certas coisas que me fascinavam, quando era tudo mágico (lembro-me do primeiro Spectrum 48k em 1983, tendo eu 9 anos… até estar 5 minutos a ver um programa ou jogo a carregar da cassete me fascinava), e que mais tarde, ao dominar essas coisas, a magia desvaneceu-se um bocado.

    Onde acho que o teu argumento falha é nisto; esses momentos foram mágicos PORQUE a coisa me fascinava, e, se me fascinava, eu naturalmente quis aprender sobre ela. Se não me fascinasse (como não fascinava a maior parte das pessoas), eu nunca sairia da ignorância, mas essa magia inicial nem sequer existiria!

    Ou seja, o período em que algo te fascina e é desconhecido e mágico é necessariamente um período relativamente curto, seja qual for esse “algo”. Se a floresta misteriosa te fascina, irás explorá-la, e eventualmente passarás a conhecê-la (deixando de ser misteriosa); se ela NÃO te fascina, não a explorarás… mas também não te fascina à partida, não é?

    Afinal, não há fascínio sem curiosidade.


    A usar Mozilla Firefox Mozilla Firefox 3.0.3 em Linux Linux
atira-lhe uma pá de carvão

Nota: Todos os comentários são moderados.