covers
11/Mai/2008 @ 18:34 Música

Eu não gosto muito de covers. É verdade que há algumas bem feitas e que a intenção original é homenagear alguém de cuja música se gosta. Mas a maior parte delas, são pretenciosas, assim a modos que “Estão a ver ? Era assim que a música devia ter sido feita”.
Mas algumas não, “olha, sou só uma cover, não quero ser mais do que isso”. E estas são as boas.

Acho que toda a gente conheçe o I Don’t Want To talk About It celebrizada pelo Rod Stewart. A verdade é que ela própria já é uma cover do Danny Whitten, mas o mundo conhece-a como sendo do primeiro. Na voz e arranjos dele é uma pastelice, de um romantismo peganhento e bacoco, boa para cinquentonas solteiras e carentes. Mas ficou famosa.

Os Everything But The Girl (de quem eu gosto especialmente), também fizeram uma cover da mesma canção há muitos anos atrás e vejam a diferença. A primeira está na voz da Tracey Thorn (espectacular), a segunda está nos arranjos. Mais simples não podiam ser, vivem de duas guitarras acústicas: uma Folk de cordas de aço que faz o dedilhado e uma clássica, com cordas de nylon obviamente, que vai improvisando e faz o solo. E é precisamente nesta última que está a magia desta cover. Sempre escondidinha, tipo “eu não estou aqui”, mas está. E faz toda a diferença de uma canção xaroposa para um British Pop agradável.

I Don’t Want To Talk About It, by Everything But The Girl

Actualização: Por acaso há uma cover que gosto mais do que o original: a que a Maria João fez do Wake Up Dead Man dos U2.

-MG
rss 6 pás de carvão
  1. João Sousa
    12/Mai/2008 | 11:26

    Ainda ontem ouvi o Júlio Machado Vaz perorar em como a cover do Joe Cocker a uma canção dos Beatles é muito melhor do que a original - em grande parte por causa da voz horripilante do Ringo Star.

    Muitas vezes, as covers padecem do mesmo problema que os remakes no cinema: para quê???? Felizmente, de vez em quando há as excepções. Assim de repente, recordo-me de um punhado. Por exemplo, a versão da Sinead O’Connor de uma canção do Prince e a versão que os Paradise Motel fizeram ao Drive dos Cars.


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  2. 12/Mai/2008 | 21:23

    É claro, que também há as covers que não o são, são mesmo versões. E há muito boa gente que fez discos inteiros só com versões sem a intenção de mostrar “look grandma I can sing the beatles” ou “assim é que isto fica mesmo bem”

    Talvez seja para dizer que a amam… para demonstrar que a canção é tão poderosa que lhes penetrou a alma, os habita por dentro e pode saltar cá para fora e trazer consigo uma alma nova fundida na original

    emotive dos perfect circle é assim. todas as canções estão desconstruídas, torcidas, distorcidas e até mesmo destruídas … chega a ser custoso para quem ama o original, mas é brutal para quem se identifica com os terrenos sombrios onde as versões foram cozinhadas

    http://en.wikipedia.org/wiki/Emotive_%28album%29


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  3. 12/Mai/2008 | 21:34

    Pois gosto de covers e, ao contrário de ti, penso que a maioria expressa apenas o amor que um músico ou grupo de músicos tem a uma canção. Penso que todos os músicos começam por tocar coisas dos outros, inevitavelmente tocando da forma que as ouvem, criando assim a sua própria interpretação. Algumas tornam-se por vezes mais conhecidas que os originais, principalmente se estes são de artistas fora do mainstream. Aliás, penso que esse é também um dos motivos que leva muitos músicos a tocar covers: levar os seus fãs a ouvir os seus ídolos.

    Depois há aquelas versões que são tão boas que conseguem mesmo ultrapassar os originais, como esta que referes ou a interpretação de Sweet Jane dos Velvet Underground pelos Cowboy Junkies. E há ainda aquelas versões tão diferentes do original que quase parecem outra canção, como esta, em que a PJ Harvey e a Bjork cantam Satisfaction dos Rolling Stones.

    E podia continuar aqui a falar das covers que gosto mas prefiro deixar isso para o meu blog sobre música, “Not a podcast” :)


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  4. 12/Mai/2008 | 22:17

    @João Sousa: I Get By with A Little Help From My Friends. É uma cover bem conseguida, o Joe Cocker põe a garra toda da voz rouca na canção.

    @andrezero: Vou ouvir.

    @António Manuel Dias: Por acaso há uma cover que gosto mais do que o original: a que a Maria João fez do Wake Up Dead Man dos U2.


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  5. 13/Mai/2008 | 01:22

    Uma cover que gosto muito é a dos Tool da No Quarter dos Led Zeppelin…nunca ouvi essa da Maria João, mas não deve ser muito fácil porque a versão original dos U2 está mesmo muito boa e não podia estar melhor a fechar o POP… ;) Gosto muito dessa música por isso…será difícil achar uma cover dessa música melhor que o original..:)


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  6. 13/Mai/2008 | 21:34

    … Tool da No Quarter dos Led Zeppelin …

    Não conhecia. Excelente. É claro que também adoro o original :)
    Já está na minha lista para mais um próximo episódio de covers.


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