marillion
18/Jan/2008 @ 12:13 Música

Ainda a propósito de rock sinfónico, no princípio dos anos 80 estava praticamente extinto. Ou porque as bandas se desfizeram ou porque enveredaram por um estilo comercial, como os Genesis.
Mas eis que em 1982, estava eu a ouvir a Rádio Comercial e o locutor, completamente em êxtase, diz qualquer coisa como “O rock sinfónico voltou, vá buscar um papel e uma caneta para assentar o nome da banda”. E lá fui eu buscar. Passados uns segundos de silêncio, diz “O nome da banda é Marillion, eu soletro, M-A-R-I-L-L-I-O-N”. E seguiram-se uma série de encómios aos Marillion (a banda era para se chamar The Silmarillion, mas para evitar problemas com o título do livro de Tolkien, ficou só Marillion).
Bem, fiz-me à rua e fui comprar o Market Square Heroes, um mini-LP. Estava lá tudo, o som grandioso do rock sinfónico, as letras extremamente bem trabalhadas, só com um toque de guitarra eléctrica mais presente que não era costumeiro no rock sinfónico. A edição foi extremamente reduzida e nunca reposta, pelo que sou um dos poucos felizes possuidores desse mini-LP.

Em 1983, sai o primeiro álbum que subiu aos tops com o teledisco de He Knows You Know a passar nas TVs de todo o mundo. Fish afirma-se um grande letrista, vocalista e líder da banda.
No mesmo ano sai Fugazi, com uma sonoridade mais de teclados do que de guitarra, ao contrário dos anteriores.
Em 1985, veio Misplaced Childhood que foi o primeiro álbum conceptual da banda, característica típica do rock sinfónico. Os temas Kayleigh e Lavander foram passados nas rádios e nas TVs vezes sem fim e o álbum chega a nº 1 no Reino Unido.
Finalmente, em 1987, o último álbum com Fish na voz e nas letras, Clutching At Straws, novamente um álbum conceptual.

Todas as capas deste disco eram obras de arte desenhadas por Mark Wilikinson e tinham todas em comum terem como elemento central um bobo. Sendo cheias de pormenores, é possível por exemplo vislumbrar na capa de Script For a Jester’s Tear o LP A Saucerful Of Secrets dos Pink Floyd no chão ou na capa de Fugazi o duplo LP The Wall também dos Pink Floyd.

Conforme disse, Fish saiu da banda e entrou para o seu lugar Steve Hogarth e os Marillion gravaram com ele dez álbuns desde então. Mas faltava a magia das letras e da voz do Fish, pelo que não tenho nenhum CD desta era.
Há tempos, em conversa com o Mário Valente, ele perguntou-me se conhecia a carreira a solo do Fish. Não conhecia, mas fui procurar. Saquei Comprei na net todos os seus álbuns a solo, visto que a maior parte já não se encontrava à venda em lado nenhum. Em Portugal nem devem ter estado à venda. E descobri músicas espetaculares.

O Fish esteve cá no passado dia 6 de Dezembro na Aula Magna para um concerto. O Mário Valente que o foi ver diz que foi uma merda, que o gajo se esquecia das letras e tal. Não é de admirar, o Fish é conhecido por beber que nem uma esponja e nós temos cá daquele bagaço tão bom que até serve para limpar os balcões dos cafés :P

Fica aqui Script For a Jester’s Tear do álbum com o mesmo nome.

-MG
rss 4 pás de carvão
  1. MV
    18/Jan/2008 | 13:32

    Agora vamos ver se o de Asia (com os 4 membros originais)
    no dia 21 de Maio no Coliseu vale alguma coisa. Embora já
    os tenha visto em Londres (como 1a parte dos Bad Company),
    não foi com a formação original.

    http://www.originalasia.com/

    – MV


    A usar Mozilla Firefox Mozilla Firefox 2.0.0.11 em Windows Windows XP
  2. 19/Jan/2008 | 18:00

    Os discos dos Marillion sem o Fish não são a mesma coisa. A dicção não é a mesma. As letras também não, mas há coisa interessantes. Quanto ao Fish, eu vi o concerto dele em 90, salvo erro, quando cá veio a primeira vez e foi muito bom. Comprei o Vigil (primeiro álbum dele) e adorei-o.
    Gosto de pensar neles nos primeiros quatro discos e no Grendel. mas parece-me que o Fish é que estava certo na banda. O Hoggart é muito superficial.


    A usar Mozilla Firefox Mozilla Firefox 2.0.0.11 em Mac OS Mac OS X
  3. 3/Nov/2008 | 14:47

    É normal que os Marillion sejam sempre relembrados como banda sinfónica e Fish, como a sua maior referência. Infelizmente, após ‘88 os Marillion passaram a ser vistos de uma outra forma pelos fans da antiga formação. É de facto até engraçado, como eles têm vindo a ser estigmatizados devido à sua diferença de sonoridade desde então. Felizmente, eu tornei-me fan só em ‘92 e aprendi a conviver com ambas as sonoridades, para agora poder falar realmente daquilo que sei. Hogarth não é superficial, muito pelo contrário. A maneira de escrever é diferente, sim, mas com letras igualmente profundas. Os álbuns então, se derem tempo e oportunidade ou até mesmo, verem Marillion com outro nome, vão apreciar a música na mesma. Oiçam o Brave, Afraid of Sunlight, Marble e agora o mais recente Hapiness is The Road e irão “ver” o que têm vindo a perder. Eles tornaram-se numa banda experimental, inovadora e superior aquilo que eram antes com Fish.
    Fish a solo, só tem 3 albuns que merecem realmente ser aplaudidos: Vigil in a Wilderness of Mirrors, Sunsets On Empire e 13th Star. Os 2 primeiros, encontram-se / encontraram-se à venda nas lojas de discos.


    A usar Mozilla Firefox Mozilla Firefox 3.0.3 em Windows Windows XP
  4. 3/Nov/2008 | 18:15

    na minha opiniao, tambem penso que com a saida do fish perdeu-se a mistica das letras psicadelicas, trabalhadas da banda. Eu sou um aficionado dos Marillion mas, tenho a dizer que apenas do script for a jester’s tear (o Misplaced Childhood tambem escapa, mas nao se compara), album esse maravilhoso, incrivel mesmo. Tenho pena de ter-se começado com um album de topo (na minha opiniao, atençao) e depois decrescer-se em termos de liricas trabalhadas, sem qualquer importancia para o tempo da musica, se ela é longa ou curta. Por isso adoro o album todo, em que a media das musicas é 6min e por outro lado, nao gosto da comercial kayleigh.

    ps:nunca tinha reparado nas capas dos pink floyd nos dois albuns, vou ver e se tal é verdade, a unica pena minha é nao ter a capa do dark side of the moon.


    A usar Mozilla Firefox Mozilla Firefox 3.0.3 em Windows Windows XP
atira-lhe uma pá de carvão

Nota: Todos os comentários são moderados.