Tradução de Maria João Batalha Reis (jornal Público)
Chegámos ao fim de uma longa viagem. O povo americano pronunciou-se e de forma bem clara. Tive a honra de telefonar ao senador Barack Obama para o felicitar por ter sido eleito o próximo Presidente do país que ambos amamos. O seu sucesso merece o meu respeito pela sua capacidade e perseverança. O facto de o ter conseguido, ressuscitando as esperanças de milhões de americanos, que um dia acreditaram - erradamente - que tinham pouco ou nada a arriscar e nenhuma influência na eleição de um Presidente americano, é algo que admiro profundamente.
Esta é uma eleição histórica e reconheço o especial significado que tem para os afro-americanos e o orgulho que devem sentir esta noite. Sempre acreditei que a América oferece oportunidades a todos aqueles que tenham a diligência e a vontade para as agarrar. O senador Obama também o crê. Apesar de termos feito um longo caminho desde as velhas injustiças, que um dia mancharam a reputação desta nação, essas memórias ainda são feridas poderosas. A América de hoje está a quilómetros de distância do fanatismo cruel e aterrador de outros tempos e não há melhor prova disso que a eleição de um afro-americano para a presidência dos EUA.
O senador Obama alcançou um feito incrível. Aplaudo-o por isso e transmito-lhe o meu sincero pesar pelo facto de a sua adorada avó não ter podido presenciar este dia. Tivemos as nossas diferenças, e ele venceu. Não há dúvidas de que muitas dessas diferenças persistem. Estes são tempos difíceis para o nosso país. E eu comprometo-me aqui a fazer tudo o que estiver ao meu alcance para o ajudar a conduzir-nos através dos desafios que enfrentamos. Apelo a todos os que me apoiaram para que não só o felicitem, mas lhe transmitam também a nossa boa vontade e disposição para um esforço sincero para ultrapassar as diferenças e restabelecer a prosperidade, defender a nossa segurança num mundo perigoso e deixar às nossas crianças um país melhor do que aquele que herdámos. Apesar das diferenças, somos concidadãos. E acreditem que tal nunca significou tanto para mim como agora.
É natural que hoje se sintam desapontados, mas amanhã teremos de ultrapassar isso e trabalhar juntos para pôr o nosso país a mexer outra vez. Nós lutámos o máximo que podíamos. E, apesar de termos ficado aquém, o fracasso é meu, não vosso. Foi um caminho difícil, mas o vosso apoio e amizade nunca vacilaram. Não tenho palavras para expressar o quanto estou em dívida para convosco. Estou especialmente agradecido à minha mulher e a toda a minha família. E aos muitos amigos que estiveram sempre do meu lado. Sempre fui um homem com sorte, e nunca tanto como agora, por todo o amor e encorajamento que me deram. Tudo o que posso oferecer em compensação é o meu amor e gratidão e a promessa de anos vindouros mais pacíficos.
Estou também - claro - muito agradecido à governadora Sarah Palin, uma das melhores militantes que alguma vez vi e uma nova voz impressionante no nosso partido. Podemos todos aguardar com grande interesse o seu futuro político. A todos os colegas de campanha e a cada um dos voluntários que tão firme e corajosamente lutaram, no que foi a campanha mais disputada dos tempos modernos, muito obrigado. Eu não sei o que mais poderíamos ter feito para ganhar esta eleição. Todos cometem erros, e tenho a certeza que também os cometi, mas não desperdiçarei um momento do futuro a lamentá-los.
Esta campanha foi e será uma grande honra na minha vida, e agradeço por me terem escutado, antes de decidir que o senador Obama e o meu velho amigo senador Joe Biden, devem ter a honra de nos liderar nos próximos quatro anos. Não seria um americano digno desse nome se lamentasse o extraordinário privilégio de servir este país durante meio século. Hoje, fui candidato ao seu mais alto cargo e esta noite continuo a ser seu servo. Agradeço ao povo do Arizona por isso. Guardo no coração o amor por todos os cidadãos deste país, independentemente de quem apoiaram. Dou a minha bênção ao meu ex-adversário e meu futuro Presidente. E apelo a todos os americanos para não desesperarem ante as dificuldades, para acreditarem, sempre, na promessa e grandeza da América, porque aqui nada é inevitável. Os americanos nunca desistem. Os americanos nunca se rendem. Nós nunca nos escondemos da história. Nós fazemos história. Deus vos abençoe. Deus abençoe a América. Obrigada a todos.
Jonh Mcain mostrou com este discurso de derrota eleitoral que, acima de tudo, é um grande homem e que, teria sido muito melhor opção para Presidente em 2000, quando concorreu nas primárias Republicanas contra o actual Presidente G.W. Busch que, quando saír da Casa Branca, só deixará saudades à ala mais conservadora da sociedade Norte-Americana.
Parece-me que, este Jonh Mcain ainda terá um papel relevante ( curto pela sua idade ) na política militar dos E.U.A. dos próximos anos !
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Absolutamente!
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