o meu nome e o gmail
16/Jan/2009 @ 19:58 Eu

O nome Gamito é muito raro. Somos muito poucos. Tanto assim que sempre que digo o meu nome a alguém, disparam-me imediatamente com a mesma pergunta: “por acaso é da família do ciclista Vítor Gamito ?”. Respondo sempre que não faço a mínima ideia. E não faço mesmo. Temos também a tendência a desaparecer, uma vez que nascem mais bebés do sexo feminino do que masculino. No meu caso, se o meu único filho não vier a ter ele próprio um filho rapaz, a “minha linhagem Gamito” vai terminar com ele. Vão ser gerações de Gamitos que vão chegar ao seu final. Acho que é capaz de ser um peso muito grande para um rapaz de 10 anos :) [1]
A História do nome Gamito tem alguns contornos engraçados: o nome nasceu mais ou menos ao mesmo tempo em duas localidades alentejanas: Torrão e Sines. Sendo que todos os Gamitos do Torrão eram familiares entre si e o mesmo com os de Sines. Mas entre os de um lado e os do outro, não havia familiaridade.
No entanto, e vá lá saber-se porquê (talvez pela emigração e por serem 200 milhões de habitantes), há em termos absolutos, carradas de Gamitos no Brasil. É rara a vez em que me tente registar num site com o username “gamito” que já não esteja ocupado.
Mas há sempre um dia em que nos calha a lotaria. E esse vale por todos os outros em que não nos calhou tal sorte: quando o GMail abriu logo nos primeiros dias, um ex-colega de trabalho já tinha conta e 5 convites. Perguntou-me se queria um e eu disse que sim. Como ninguém nesse dia poderia adivinhar no que o GMail se viria a tornar, para ele e para mim era só a curiosidade de ver mais um webmail grátis. Enfim, com o bombom de ser do Google, mas nada mais do que isso. Talvez por ser tão cedo, o endereço gamito@gmail.com estava disponível. Portanto, sou eu o único Gamito do mundo que tem como endereço de e-mail do GMail, só o apelido. [2]
Todos os outros, fizeram como toda a gente: os manuel.gamito, os joaquimgamito, os jorgepgamito, etc.
Passados todos estes anos, às vezes recebo um e-mail que seria dirigido a um outro Gamito qualquer. Suponho que quem os envia deve pensar por ignorância que se a pessoa a quem está a escrever se chama Gamito, então o seu endereço de e-mail deva ser gamito@gmail.com. Quando se trata de uma resposta e ela contém o endereço do devido destinatário, faço um forward para ele, dizendo “este e-mail deve ser seu e veio para mim por engano”. Normalmente recebo um agradecimento em troca. Quando não tenho modo de saber o e-mail do meu homónimo de apelido, paciência. Nada a fazer.
A Internet é uma coisa fantástica, não é ?

[1]: Isto pode vir a não ser verdade. O Parlamento Europeu tem em agenda uma votação  para que em todos os países membros, os filhos e filhas herdem o apelido da mãe e não do pai. Com o argumento, algo razoável, de que é a mulher que gera o um novo ser humano e o dá à luz. Parece-me bem e aposto que vai ser aprovada.

[2]: Já por mais do que uma vez recebi ofertas *bem generosas* para vender o meu gamito@gmail.com. Respondo sempre que lamento, mas não está à venda.

-MG
rss 5 pás de carvão
  1. 16/Jan/2009 | 20:37

    Em relação ao ponto 1, uma “correcção” do meu ponto de vista: A opção gerar não será bem correcta, uma vez que resultam da fusão de celulas de ambos os progenitores, salvo rarissimas excepções. Logo, será a mãe que “sustenta” a criança nos meses pré-parto, devido a questões biológicas e da selecção natural.
    Ainda não é possivel, pelo menos de forma legal e ética, gerar crianças sem células masculinas.
    Contudo, acho que é digno o nome da mãe perpetuar, dado que mãe é sempre mãe…

    E só uma achega ao post, realmente pensei que fosse da familia do Vitor Gamito. Já eu sou Santos, e portanto seria da familia de 25 % de portugueses :)


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  2. 16/Jan/2009 | 23:31

    Mário,

    Podes estar descansado que se o teu filho tiver uma menina, ela poderá colocar “Gamito” como o último dos apelidos dos teus bisnetos. Actualmente, em Portugal, não existe essa regra de ser o homem a dar o apelido aos filhos - ela só se mantém por mera tradição e não por exigência legal (qualquer norma nesse sentido seria contrária ao principio da igualdade de género previsto na Constituição).


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  3. 16/Jan/2009 | 23:37

    Rui,

    Sim, eu sei disso. Mas esta tradição em Portugal tem mais força do que uma lei.
    Somos um povo estranho. Quebrar esta tradição é quase o 8º pecado mortal. Mas a outra, a de as mulheres quando se casam adoptarem o apelido do marido já começou a cair sem dramas. Eu próprio me casei em 1994, a minha mulher disse que gostaria de manter o apelido do pai pelo amor que lhe tinha e assim ficou sem qualquer debate sequer.


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  4. 17/Jan/2009 | 22:31

    @Ivo Santos: quando escrevi “gerar” foi no sentido de que até ao momento do parto, é a mãe que *de facto* a partir de uma única célula embrionária, carrega dentro de si a formação ao longo desse tempo de um novo ser humano.

    E como dizes, mãe é mãe.
    Não é por acaso que em Portugal há a expressão idiomática “mãe há só uma”, mas sendo o mesmo verdadeiro para o pai, não há a correspondente “pai há só um”.

    Há um fado de Coimbra muito bonito cuja letra do Zeca Afonso é:

    Ó minha mãe minha mãe
    Ó minha mãe minha amada
    Quem tem uma mãe tem tudo
    Quem não tem mãe não tem nada

    Quem não tem mãe não tem nada
    Quem a perde é pobrezinho
    Ó minha mãe minha mãe
    Onde estás que estou sozinho

    Estou sozinho no mar largo
    Sem medo à noite cerrada
    Ó minha mãe minha mãe
    Ó minha mãe minha amada

    A música e esta letra, especialmente na interpretação do Dr. Fernando Rolim, é de fazer chorar qualquer filho.


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  5. vera lucia s. gamito
    19/Mar/2009 | 00:47

    sou da familia gamito,de jundiai s/p


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atira-lhe uma pá de carvão

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