Não, vou tentar não escrever sobre o que ele disse acerca de Angola ontem em Lisboa. Where’s the news ?
O Embaixador angolano retirou-se da sala (era a sua obrigação), mas curiosamente não proferiu qualquer declaração de repúdio pelas suas afirmações até agora. Cheira-me que vamos ter substituição na Embaixada em Lisboa dentro em breve. Quanto a quem o convidou, rejeitou-o depois com a justificação de que as suas afirmações eram injuriosas. Pois, money talks and shit walks, right ?
Para a próxima convidem um qualquer ex-presidente dos EUA (excepto o Carter) que não vos vai fazer passar vergonhas e embaraços.
Estamos conversados e não venham dizer que Angola é um problema para o povo angolano resolver, porque não se protesta de barriga vazia.
Bem, adiante que nada do que ele disse sobre o assunto é novidade para ninguém.
Disse outra coisa muito importante e que afecta mais do que Angola, toca a 850 milhões de pessoas com fome no mundo. Disse ele (e cito de cor) que se vamos meter os alimentos nos depósitos dos nossos carros, o que é que vamos comer ? E disse muito bem.
O Relator Especial da ONU para o Direito à Alimentação já há tempos que grita que os bio-combustíveis são um crime contra a humanidade. Outras instâncias internacionais e peritos de todo o mundo, dizem o mesmo.
A desculpa de que é mais uma maquinação dos grupos ambientalistas radicais não pega desta vez.
Quando o desenvolvimento sustentado se choca com o insustentável. Seria interessante ver o que sucede à comunidade de ONG’s em Angola que vive à sombra do Geldof e ver se sofre alguma consequência com as palavras pouco diplomáticas do homem.
Quanto ao uso de alimentos para colocar nos depósitos dos automóveis pode não vir a ser um problema no curto prazo. (Os aumentos dos preços de alguns cereais (arroz, trigo por exemplo) não está relacionado com a sua transformação em combustíveisi mas sim com o aumento do consumo, nos BRICs, por um lado e pura especulação por outro).
Os desenvolvimentos tecnológicos na área da biotecnologia podem ainda vir mitigar o problema.
Uma afirmação por ser feita por um funcionário da ONU não se torna de imediato uma verdade sem possível contestação. Dito de outra forma pode haver pessoas que achem, racionalmente, que a afirmação desse funcionário pode ser excessiva.
Nota: Estes comentários podem ser tomados como tendenciosos (a energia é algo que me interessa).
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Carlos, os EUA estão a subsidiar os produtores de milho que escoarem a sua produção para os bio-combustíveis. O governo americano estar a subsidiar qualquer coisa privada, deve querer dizer alguma coisa, não ?
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