os comentários nos jornais versão online

Às vezes leio os comentários de algumas notícias nas versões online de alguns jornais portugueses: Público, Expresso, Sol… Não porque goste (é praticamente tudo lixo) ou menos ainda participe, mas sim para medir o pulso ao povaréu que é quem decide as eleições.
Mas não é este tema (que só por si daria outro artigo) que aqui me trás.

Só queria perguntar aos webmasters desses jornais – e já agora aos seus responsáveis – quando é que vão perceber que os comentários devem estar ordenados do mais antigo para o mais recente, de forma a que se consiga seguir a discussão. É que estando no inverso, é impossível seguir o fio à meada.

Fénix, é preciso ser o Einstein para perceber isto ?

apeadeiro

As pessoas passam por várias fases ao longo da sua vida: a infância, a adolescência, a meia-idade, a velhice.
Quanto a aniversários, comemorar os 24 ou os 47 é igual ao litro, mas na minha opinião há dois que são um marco na vida: os 18 por motivos óbvios e os 40 por motivos às vezes não tão óbvios ou mais pessoais.

Fiz 40 há pouco tempo, o que quer dizer que se tudo correr bem, já vivi mais ou menos metade do tempo nesta Terra. E isso, fez-me pensar e reflectir. Como penso que acontece com todos, em maior ou menor grau.
O avançar da idade traz coisas más, outras boas, mas também pensar no que queremos ser e fazer na segunda metade da vida. Eu, por exemplo, tenho como primeira prioridade o meu único filho. Digamos que quero gozar a minha própria vida obviamente, mas que em primeiro lugar quero ver o meu filho crescer, tornar-se adulto, depois independente e de preferência, feliz. E quero obviamente fazer o que estiver ao meu alcance para que ele tenha as condições para isso.

Portanto, neste momento, sinto-me um pouco como se tivesse descido de um daqueles comboios regionais à moda antiga num qualquer apeadeiro a meio da linha. E estou na plataforma a olhar para a esquerda a ver o que foi a minha vida para trás, mas também para a direita a tentar ver o que vai ser para a frente.

nuno pinheiro

Já quase toda a gente passou pela situação de “conhecer” uma pessoa pela Internet, “conviver” por esse meio com ela durante muito tempo e quando e se um dia a conhecer, lhe sair uma pessoa completamente diferente. Não só da figura que imaginávamos, como também da própria personalidade.

Há muito tempo que “conhecia” deste modo o Nuno Pinheiro, o Master Mind do Oxygen que revolucionou o KDE e vai revolucionar o Linux como sistema operativo de desktop. Quando fundei o Planet Geek, foi uma das primeiras pessoas que convidei e assim tenho “convivido” com ele na respectiva mailing list e também por instant messaging.

Hoje em Aveiro numa Tech Session promovida pelo GLUA, tive finalmente o prazer de o conhecer pessoalmente. E não foi nenhuma surpresa: é a mesma pessoa afável, competente e sabedora que “conhecia” da Internet.
Estivemos uns deliciosos 20 minutos a conversar.

O Nuno, para quem não saiba, é um verdadeiro génio do design. Para quem não conhece o KDE/Oxygen, ficam aqui algumas imagens: Nuno Icons, Oxygen Icons, muitas imagens de encher o olho no blog dele e finalmente, um screenshot geral do Oxygen.

Um Senhor.

comments plugin

This little plugin writen by your’s truly for WordPress – the most world wide blogging platform used – and approved by its stuff, shows the total number of articles and comments as well as statistics about which platforms and browsers were used in comment writing. It uses icons to identify both platforms and browsers.

To install it, just unzip the file into your plugins directory. After this, activate the plugin in your WordPress blog dashboard. To finish, include the line

<?php display_comment_stats(’duh’); ?>

in whatever place in your template. Personally, I like the sidebar (sidebar.php).

The plugin doesn’t have all the platforms and browsers available, just the major ones. But it’s very easy to add any of them you like. Just go to your WordPress database, table wp_comments, field comment_agent, check the string and use it like the others in dcs.php file following the lines regarding the ones I’ve inserted in the code. You can see it working in this very same page from “Escrita” down. Worry not, the downloadable version is a en_* version :)

The plugin is very easy to translate to any language. Just edit dcs.php file and change the few english strings it has on the top. If you experience troubles installing it or have any suggestions, please let me know. I’ll gladly assist you.

Get the plugin here at WordPress official site and write any comment you like in its page, not here, if you don’t mind.

Kind regards,
Mário Gamito

alguém se lembra

Dos tempos do “Sportém”, durante os quais muitos Sportinguistas como eu quase tinham vergonha de o ser ?

Não ? Então, clica aqui :)

PS. Tudo isto se passou em directo na TSF.

saudades :-’(

I want to be there in the morning, I want to wake up by your side.
If I can make it back I’ll be there, if I can catch the early flight.
I’ll bring you dragon’s teeth from silver beaches, shells from Africa.
I’ll give you China dolls and silken shawls, orchids for your hair,
Treasures drowned in sunken galleons, jewels from desert caves.
When I get there.

We’ll see each other in the morning when the sun comes up.
In the morning.

I’ll guard you from the monsters on the TV,
From the pirates in the corners of your dreams.
I’ll keep you from the cold and safe from trolls,
From the bad men while you play.
I’ll hunt for crocodiles and snakes with smiles.
I’ll keep them far away from your innocence in all it’s wonder.

We’ll see each other in the morning when the sun comes up.

einstein [11]

ainda há coisas boas em portugal

Ontem fui tomar a vacina contra o tétano, estava expirada há 3 anos.
Andava há tempos com essa ideia, mas é daquelas coisas que vão sempre ficando no arquivo vertical até que esta semana me decidi.

Marcada com antecedência no Centro de Saúde, quando chegou a hora da pica, li na ampola “Tétano/Difteria”.
Perguntei à Sra. Enfermeira se me ia dar a vacina certa. Ela respondeu que sim, porque desde há 2 ou 3 anos atrás, juntaram a da difteria à do tétano na mesma ampola.

Não perguntei, mas penso eu de que, seja para começar já a prevenir as doenças que estão a chegar vindas de África devido ao aquecimento global. E mais disso fiquei convencido, quanto sei que a vacina contra o tétano é (a única) que os adultos obrigatoriamente têm que ter em dia, independentemente de ser para trabalho/whatever. É obrigatório que esteja em dia. Ponto.

Às vezes penso que neste país, mais do que Ministros ou Secretários de Estado e restante cambada, há aqui e ali alguém que num pequeno gabinete, sabe das coisas, tem brio profissional, tem uma boa ideia e consegue levá-la adiante.

E todos nós devemos agradecer a estes Funcionários Públicos pelo seu trabalho em prol da nossa sociedade.

discurso de derrota de mccain

Tradução de Maria João Batalha Reis (jornal Público)

Chegámos ao fim de uma longa viagem. O povo americano pronunciou-se e de forma bem clara. Tive a honra de telefonar ao senador Barack Obama para o felicitar por ter sido eleito o próximo Presidente do país que ambos amamos. O seu sucesso merece o meu respeito pela sua capacidade e perseverança. O facto de o ter conseguido, ressuscitando as esperanças de milhões de americanos, que um dia acreditaram - erradamente - que tinham pouco ou nada a arriscar e nenhuma influência na eleição de um Presidente americano, é algo que admiro profundamente.

Esta é uma eleição histórica e reconheço o especial significado que tem para os afro-americanos e o orgulho que devem sentir esta noite. Sempre acreditei que a América oferece oportunidades a todos aqueles que tenham a diligência e a vontade para as agarrar. O senador Obama também o crê. Apesar de termos feito um longo caminho desde as velhas injustiças, que um dia mancharam a reputação desta nação, essas memórias ainda são feridas poderosas. A América de hoje está a quilómetros de distância do fanatismo cruel e aterrador de outros tempos e não há melhor prova disso que a eleição de um afro-americano para a presidência dos EUA.

O senador Obama alcançou um feito incrível. Aplaudo-o por isso e transmito-lhe o meu sincero pesar pelo facto de a sua adorada avó não ter podido presenciar este dia. Tivemos as nossas diferenças, e ele venceu. Não há dúvidas de que muitas dessas diferenças persistem. Estes são tempos difíceis para o nosso país. E eu comprometo-me aqui a fazer tudo o que estiver ao meu alcance para o ajudar a conduzir-nos através dos desafios que enfrentamos. Apelo a todos os que me apoiaram para que não só o felicitem, mas lhe transmitam também a nossa boa vontade e disposição para um esforço sincero para ultrapassar as diferenças e restabelecer a prosperidade, defender a nossa segurança num mundo perigoso e deixar às nossas crianças um país melhor do que aquele que herdámos. Apesar das diferenças, somos concidadãos. E acreditem que tal nunca significou tanto para mim como agora.

É natural que hoje se sintam desapontados, mas amanhã teremos de ultrapassar isso e trabalhar juntos para pôr o nosso país a mexer outra vez. Nós lutámos o máximo que podíamos. E, apesar de termos ficado aquém, o fracasso é meu, não vosso. Foi um caminho difícil, mas o vosso apoio e amizade nunca vacilaram. Não tenho palavras para expressar o quanto estou em dívida para convosco. Estou especialmente agradecido à minha mulher e a toda a minha família. E aos muitos amigos que estiveram sempre do meu lado. Sempre fui um homem com sorte, e nunca tanto como agora, por todo o amor e encorajamento que me deram. Tudo o que posso oferecer em compensação é o meu amor e gratidão e a promessa de anos vindouros mais pacíficos.

Estou também - claro - muito agradecido à governadora Sarah Palin, uma das melhores militantes que alguma vez vi e uma nova voz impressionante no nosso partido. Podemos todos aguardar com grande interesse o seu futuro político. A todos os colegas de campanha e a cada um dos voluntários que tão firme e corajosamente lutaram, no que foi a campanha mais disputada dos tempos modernos, muito obrigado. Eu não sei o que mais poderíamos ter feito para ganhar esta eleição. Todos cometem erros, e tenho a certeza que também os cometi, mas não desperdiçarei um momento do futuro a lamentá-los.

Esta campanha foi e será uma grande honra na minha vida, e agradeço por me terem escutado, antes de decidir que o senador Obama e o meu velho amigo senador Joe Biden, devem ter a honra de nos liderar nos próximos quatro anos. Não seria um americano digno desse nome se lamentasse o extraordinário privilégio de servir este país durante meio século. Hoje, fui candidato ao seu mais alto cargo e esta noite continuo a ser seu servo. Agradeço ao povo do Arizona por isso. Guardo no coração o amor por todos os cidadãos deste país, independentemente de quem apoiaram. Dou a minha bênção ao meu ex-adversário e meu futuro Presidente. E apelo a todos os americanos para não desesperarem ante as dificuldades, para acreditarem, sempre, na promessa e grandeza da América, porque aqui nada é inevitável. Os americanos nunca desistem. Os americanos nunca se rendem. Nós nunca nos escondemos da história. Nós fazemos história. Deus vos abençoe. Deus abençoe a América. Obrigada a todos.

post scriptum ao artigo de ontem sobre obama

Como muito bem escreveu a conceituada revista The Economist, só pelo facto de seres negro e o teu nome do meio ser Hussein (um dos mais sagrados do Islão), os extremistas radicais e os terroristas vão ter mais dificuldade em se justificarem perante o mundo Árabe, a arrogararem-se o direito de te chamarem a ti – e por arrastamento à América – “O Grande Satã”, tal como fizeram ao W. Bush.

Tanto mais, digo agora eu, por o teu pai ser do Quénia, e lá estar hoje enterrado. Por pela primeira vez, o teres chorado junto à sua campa há dois anos atrás quando lá foste.
Por a tua avó paterna ainda lá estar, ser viva e a teres conhecido e abraçado comovidamente.
Também, por teres vivido seis anos num país Muçulmano – a Indonésia.

Parecem vir sinais positivos de esperança quer da Nação Muçulmana, quer dos seus dirigentes que de todos os países publicamente se congratularam com a tua vitória, o que só por si já é uma coisa rara e um sinal que te estão a enviar.

Portanto, aproveita este feliz acaso da História para melhorares e mudares o que puderes a relação entre a América e o Islão. A América, os países Muçulmanos e o resto do mundo só têm a ganhar com isso.

Yes, you can!

discurso de vitória de obama

Tradução de Maria João Batalha Reis (jornal Público), via Cão com Pulgas.

Boa noite, Chicago. Se ainda houver alguém que duvida que a América é o lugar onde todas as coisas são possíveis, que questiona se o sonho dos nossos fundadores ainda está vivo, que ainda duvida do poder da nossa democracia, teve esta noite a sua resposta.

É a resposta dada pelas filas de voto que se estendiam em torno de escolas e igrejas em números que esta nação jamais vira, por pessoas que esperaram três e quatro horas, muitas pela primeira vez na sua vida, porque acreditavam que desta vez tinha de ser diferente, que as suas vozes poderiam fazer essa diferença.

É a resposta dada por jovens e velhos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, nativos americanos, homossexuais, heterossexuais, pessoas com deficiências e pessoas saudáveis. Americanos que enviaram uma mensagem ao mundo, a de que nunca fomos apenas um conjunto de indivíduos ou um conjunto de Estados vermelhos e azuis.

Somos e sempre seremos os Estados Unidos da América.

É a resposta que levou aqueles, a quem foi dito durante tanto tempo e por tantos para serem cínicos, temerosos e hesitantes quanto àquilo que podemos alcançar, a porem as suas mãos no arco da História e a dobrá-lo uma vez mais em direcção à esperança num novo dia.

Há muito que isto se anunciava mas esta noite, devido àquilo que fizemos neste dia, nesta eleição, neste momento definidor, a mudança chegou à América.

Há pouco recebi um telefonema extraordinariamente amável do Senador McCain.

O Senador McCain lutou longa e arduamente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e arduamente pelo país que ama. Fez sacrifícios pela América que muitos de nós não conseguimos sequer imaginar. Estamos hoje melhor devido aos serviços prestados por este líder corajoso e altruísta.

Felicito-o e felicito a governadora Palin por tudo aquilo que alcançaram. Espero vir a trabalhar com eles para renovar a promessa desta nação nos próximos meses.

Quero agradecer ao meu parceiro neste percurso, um homem que fez campanha com o seu coração e falou pelos homens e mulheres que cresceram com ele nas ruas de Scranton e viajaram com ele no comboio para Delaware, o vice-presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden.

E eu não estaria aqui hoje sem o inabalável apoio da minha melhor amiga dos últimos 16 anos, a pedra angular da nossa família, o amor da minha vida, a próxima Primeira Dama do país, Michelle Obama.

Sasha e Malia, amo-vos mais do que poderão imaginar. E merecem o novo cachorro que virá connosco para a nova Casa Branca.

E embora ela já não esteja entre nós, sei que a minha avó está a observar-me, juntamente com a família que fez de mim aquilo que sou. Tenho saudades deles esta noite. Reconheço que a minha dívida para com eles não tem limites.

Para a minha irmã Maya, a minha irmã Alma, todos os meus outros irmãos e irmãs, desejo agradecer-vos todo o apoio que me deram. Estou-vos muito grato.

E ao meu director de campanha, David Plouffe, o discreto herói desta campanha, que, na minha opinião, concebeu a melhor campanha política da história dos Estados Unidos da América.

E ao meu director de estratégia, David Axelrod, que me tem acompanhado em todas as fases do meu percurso.

Para a melhor equipa alguma vez reunida na história da política: tornaram isto possível e estou-vos eternamente gratos por aquilo que sacrificaram para o conseguir.

Mas acima de tudo nunca esquecerei a quem pertence verdadeiramente esta vitória. Ela pertence-vos a vós. Pertence-vos a vós.

Nunca fui o candidato mais provável para este cargo. Não começámos com muito dinheiro nem muitos apoios. A nossa campanha não foi delineada nos salões de Washington. Começou nos pátios de Des Moines, em salas de estar de Concord e nos alpendres de Charleston. Foi construída por homens e mulheres trabalhadores que, das suas magras economias, retiraram 5 e 10 e 20 dólares para a causa.

Foi sendo fortalecida pelos jovens que rejeitavam o mito da apatia da sua geração e deixaram as suas casas e famílias em troca de empregos que ofereciam pouco dinheiro e ainda menos sono.

Foi sendo fortalecida por pessoas menos jovens, que enfrentaram um frio terrível e um calor sufocante para irem bater às portas de perfeitos estranhos, e pelos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários, se organizaram e provaram que mais de dois séculos depois, um governo do povo, pelo povo e para o povo não desaparecerá da Terra.

Esta vitória é vossa.

E sei que não fizeram isto apenas para vencer uma eleição. E sei que não o fizeram por mim.

Fizeram-no porque compreendem a enormidade da tarefa que nos espera. Porque enquanto estamos aqui a comemorar, sabemos que os desafios que o amanhã trará são os maiores da nossa vida – duas guerras, uma planeta ameaçado, a pior crise financeira desde há um século.

Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos corajosos a acordarem nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para arriscarem as suas vidas por nós.

Há mães e pais que se mantêm acordados depois de os seus filhos adormecerem a interrogarem-se sobre como irão amortizar a hipoteca, pagar as contas do médico ou poupar o suficiente para pagar os estudos universitários dos filhos.

Há novas energias para aproveitar, novos empregos para serem criados, novas escolas para construir, ameaças para enfrentar e alianças para reparar.

O caminho à nossa frente vai ser longo. A subida vai ser íngreme. Podemos não chegar lá num ano ou mesmo numa legislatura. Mas América, nunca estive tão esperançoso como nesta noite em como chegaremos lá.

Prometo-vos. Nós, enquanto povo, chegaremos lá.

Haverá reveses e falsas partidas. Há muitos que não concordarão com todas as decisões ou políticas que eu tomar como presidente. E sabemos que o governo não consegue solucionar todos os problemas.

Mas serei sempre honesto para convosco sobre os desafios que enfrentarmos. Ouvir-vos-ei, especialmente quando discordarmos. E, acima de tudo, pedir-vos-ei que adiram à tarefa de refazer esta nação da única forma como tem sido feita na América desde há 221 anos – pedaço a pedaço, tijolo a tijolo, e com mãos calejadas.

Aquilo que começou há 21 meses no rigor do Inverno não pode acabar nesta noite de Outono.

Somente a vitória não constitui a mudança que pretendemos. É apenas a nossa oportunidade de efectuar essa mudança. E isso não poderá acontecer se voltarmos à forma como as coisas estavam.

Não poderá acontecer sem vós, sem um novo espírito de empenho, um novo espírito de sacrifício.

Convoquemos então um novo espírito de patriotismo, de responsabilidade, em que cada um de nós resolve deitar as mãos à obra e trabalhar mais esforçadamente, cuidando não só de nós mas de todos.

Recordemos que, se esta crise financeira nos ensinou alguma coisa, é que não podemos ter uma Wall Street florescente quando as Main Street sofrem.

Neste país, erguemo-nos ou caímos como uma nação, como um povo. Resistamos à tentação de retomar o partidarismo, a mesquinhez e a imaturidade que há tanto tempo envenenam a nossa política.

Recordemos que foi um homem deste Estado que, pela primeira vez, transportou o estandarte do Partido Republicano até à Casa Branca, um partido fundado em valores de independência, liberdade individual e unidade nacional.

São valores que todos nós partilhamos. E embora o Partido Democrata tenha alcançado uma grande vitória esta noite, fazemo-lo com humildade e determinação para sarar as divergências que têm atrasado o nosso progresso.

Como Lincoln disse a uma nação muito mais dividida do que a nossa, nós não somos inimigos mas amigos. Embora as relações possam estar tensas, não devem quebrar os nossos laços afectivos.

E àqueles americanos cujo apoio ainda terei de merecer, posso não ter conquistado o vosso voto esta noite, mas ouço as vossas vozes. Preciso da vossa ajuda. E serei igualmente o vosso Presidente.

E a todos os que nos observam esta noite para lá das nossas costas, em parlamentos e palácios, àqueles que estão reunidos em torno de rádios em cantos esquecidos do mundo, as nossas histórias são únicas mas o nosso destino é comum, e uma nova era de liderança americana está prestes a começar.

Aos que querem destruir o mundo: derrotar-vos-emos. Aos que procuram a paz e a segurança: apoiar-vos-emos. E a todos aqueles que se interrogavam sobre se o farol da América ainda brilha com a mesma intensidade: esta noite provámos novamente que a verdadeira força da nossa nação não provém do poder das nossas armas ou da escala da nossa riqueza, mas da força duradoura dos nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e uma esperança inabalável.

É este o verdadeiro génio da América: que a América pode mudar. A nossa união pode ser aperfeiçoada. O que já alcançámos dá-nos esperança para aquilo que podemos e devemos alcançar amanhã.

Esta eleição contou com muitas estreias e histórias de que se irá falar durante várias gerações. Mas aquela em que estou a pensar esta noite é sobre uma mulher que depositou o seu voto em Atlanta. Ela é muito parecida com os milhões de pessoas que aguardaram a sua vez para fazer ouvir a sua voz nestas eleições à excepção de uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.

Ela nasceu apenas uma geração depois da escravatura, numa época em que não havia automóveis nas estradas nem aviões no céu; em que uma pessoa como ela não podia votar por duas razões – porque era mulher e por causa da cor da sua pele.

E esta noite penso em tudo o que ela viu ao longo do seu século de vida na América – a angústia e a esperança; a luta e o progresso; as alturas em que nos foi dito que não podíamos e as pessoas que não desistiram do credo americano: Sim, podemos.

Numa época em que as vozes das mulheres eram silenciadas e as suas esperanças destruídas, ela viveu o suficiente para se erguer, falar e votar. Sim, podemos.

Quando havia desespero e depressão em todo o país, ela viu uma nação vencer o seu próprio medo com um New Deal, novos empregos, e um novo sentimento de um objectivo em comum. Sim, podemos.

Quando as bombas caíam no nosso porto e a tirania ameaçava o mundo, ela esteve ali para testemunhar uma geração que alcançou a grandeza e salvou uma democracia. Sim, podemos.

Ela viu os autocarros em Montgomery, as mangueiras em Birmingham, uma ponte em Selma, e um pregador de Atlanta que dizia às pessoas que elas conseguiriam triunfar. Sim, podemos.

Um homem pisou a Lua, um muro caiu em Berlim, um mundo ficou ligado pela nossa ciência e imaginação.

E este ano, nestas eleições, ela tocou com o seu dedo num ecrã e votou, porque ao fim de 106 anos na América, tendo atravessado as horas mais felizes e as horas mais sombrias, ela sabe como a América pode mudar.

Sim, podemos.

América, percorremos um longo caminho. Vimos tanto. Mas ainda há muito mais para fazer. Por isso, esta noite, perguntemos a nós próprios – se os nossos filhos viverem até ao próximo século, se as minhas filhas tiverem a sorte de viver tantos anos como Ann Nixon Cooper, que mudança é que verão? Que progressos teremos nós feito?

Esta é a nossa oportunidade de responder a essa chamada. Este é o nosso momento.

Este é o nosso tempo para pôr o nosso povo de novo a trabalhar e abrir portas de oportunidade para as nossas crianças; para restaurar a prosperidade e promover a causa da paz; para recuperar o sonho americano e reafirmar aquela verdade fundamental de que somos um só feito de muitos e que, enquanto respirarmos, temos esperança. E quando nos confrontarmos com cinismo e dúvidas e com aqueles que nos dizem que não podemos, responderemos com o credo intemporal que condensa o espírito de um povo: Sim, podemos.

Muito obrigado. Deus vos abençoe. E Deus abençoe os Estados Unidos da América.

parabéns, obama

Pela tua brilhante e histórica vitória.

A América (que é o único país cujos interesses tens que defender) passou-te um cheque em branco. Tanto pela vitória esmagadora, como pelo inaudito acesso às urnas.
O resto do mundo deposita imensa esperança em ti, pois como sabes, o teu país espirra e o planeta constipa-se.

Puseste a fasquia muito alta, agora estraga-te:

— Não cumpras pelo menos 1/3 do que prometeste, que já seria muito bom;

— Não corras imediatamente com essa corja de noecons que estão em Washington e que deram cabo do mundo em tantos anos quantos dedos tem uma mão;

— Continua numa política americana de governação por FUD (Fear, Uncertainty and Doubt);

— Deita-te na cama com lobbies como o do armamento ou da saúde do mesmo modo que este gajo que ainda lá está o fez;

— Trata certos países e regiões do globo como se fossem apenas mais um WC da Casa Branca, como fez o tal gajo e outros antes;

— Sê um Presidente que não perceba o orgulho do povo russo e que a Rússia é uma super-potência, quer gostes ou não;

— Não acabes com Guantanamo;

— Porta-te de modo a que a América se continue a marimbar para os problemas climáticos derivados das emissões poluentes, continuando assim a contribuir para a hipoteca do futuro dos nossos filhos, netos, bisnetos e por aí adiante;

— Não implementes um Sistema de Saúde Nacional gratuito, pelo menos para aqueles que não conseguem pagar um seguro privado. Já nem falo de um sistema ao estilo Europeu;

And last but not the least,  não tenhas muito cuidado contigo próprio porque como bem sabes, os revolucionários americanos (no bom sentido do termo), prova-o a História, têm tendência para terem acidentes inexplicáveis e se o que disseste na campanha foi de boa fé, a América e o mundo precisam de ti vivo e não de mais um mártir como o Luther King ou o Kennedy.

Quanto ao gajo que está de malas aviadas nem sequer tenho nada a dizer, apenas uma nota de rodapé: passados meia-dúzia de dias de tomares posse já ninguém se vai lembrar dele. Excepto claro, os filhos, os pais, os irmãos de todos os milhares de jovens americanos que morreram no outro lado do mundo numa guerra sem ideais, nem justificação. A não ser a do o ouro negro, a cujos interesses desde sempre esteve pessoalmente ligado.

ele está a ser sincero ou é um hipócrita ?

Na frontpage do site do Roger Waters:

“I was very sad to hear of Rick’s premature death, I knew he had been ill, but the end came suddenly and shockingly. My thoughts are with his family, particularly Jamie and Gala and their mum Juliette, who I knew very well in the old days, and always liked very much and greatly admired. As for the man and his work, it is hard to overstate the importance of his musical voice in the Pink Floyd of the 60’s & 70’s. The intriguing, jazz influenced, modulations and voicings so familiar in “Us & Them” and “Great Gig In The Sky”, which lent those compositions both their extraordinary humanity and their majesty, are omnipresent in all the collaborative work the four of us did in those times. Rick’s ear for harmonic progression was our bedrock. I am very grateful for the opportunity that Live 8 afforded me to engage with him, & David & Nick that one last time.
I wish there had been more.

Roger Waters
September 2008″

será justo para o linux ?

Isto que vou escrever, tem origem num e-mail que enviei para a mailing list do Planet Geek. É-o, em termos o menos técnicos possíveis, pois estava a escrever para quem está também por dentro do assunto, mas poderia ter opinião diferente da minha e era isso que estava em causa. Também não vou alterar o que escrevi nem aprofundar, take it as it is. A magia também é isto. Pegar em algo que se escreveu à pressa e sem pensar muito num meio e de seguida, passá-lo para outro.
Apenas vou corrigir typos e organizar melhor. Afinal isto é um blog, carago :)

Muito se discute se o Linux é ou não e/ou se vai ser ou não um bom desktop, mas outra coisa que se pode IMHO discutir, é se são justas para o Linux estas discussões.

  1. É que o Linux,  é só o kernel de um sistema operativo UNIX like, nada mais. Sozinho, não faz nada;
  2. Tem depois as GNU Tools que já estavam feitas, daí a velha guerra dos mais zelotas do Software Livre quererem que se chame ao Linux, GNU/Linux. Eu não chamo, mas não deixam de ter uma certa razão, é que com as GNU Tools, o chamdo Linux já é um sistema operativo funcional;
  3. A seguir, vem o X (estamos a falar de desktop, não esquecer), feito por outros;
  4. Depois, o gestor de janelas por outros ainda, e se for KDE ou GNOME, são uma coisa de uma dimensão brutal;
  5. Por fim, as aplicações, feitas por quem quer que seja.

Muito dificilmente, tudo fica “perfeito” (com aspas, porque a perfeição não existe), porque os pontos 1 a 4, deviam ser feitos em estreita colaboração pelas equipas. Eu sei que há colaboração e nalguns casos até elementos de ligação, mas não é a mesma coisa que por exemplo numa empresa.

Por os pontos 1 a 4 serem todos feitos pela Apple no OS X (sim, eu sei acerca do ponto 1 e 2, mas eles estudaram-no a fundo, numa empresa que tem biliões para R & D), é que este corre como a manteiga e é o único desktop UNIX, que realmente pegou de estaca. Porque se tivesse certos problemas que tem um desktop Linux (e não vou agora aqui discuti-los), não era pelo look que as pessoas se lhe mantinham fiéis durante anos a fio. E o joe user de um Mac sabe muito menos de Informática do que um joe user de Linux.

Isto levava-nos a outro campo de discussão muito vasto, que é um UNIX ser um sistema operativo muito complexo. Junte-se-lhe o X, o KDE/GNOME/whatever e n aplicações e questiono-me se haverá empresas pequenas que vendem distribuições Linux que façam ou tenham os meios suficientes para poder fazer software testing como deve ser a uma coisa desta dimensão mais do que uma vez ao ano.

Em Red Hat Enterprise Linux, por exemplo, embora eu nunca use X em servidores rola tudo sobre esferas.

É só, obrigado pela atenção :)

pergunta rápida

Quando é que o Governo legisla no sentido de se arredondarem os preços terminados em 1 e 2 cêntimos para baixo e os em 3 e 4 para cima a fim de se acabar com as moedas de 1 e 2 cêntimos ?
É que não há pachôrra para elas. Enchem as carteiras, dão cabo delas, atrasam as filas de pagamentos. Enfim, uma praga pior do que a dos Eucaliptos. Fénix!

Aliás, não seríamos os primeiros. Há dois ou três países nos quais pelo menos a de 1 cêntimo já foi encostada às boxes.

knetwalk

Estava eu ontem à noite a dar uma vista de olhos no molho de jogos que o novo Mandriva traz.
A maior parte é uma pessegada como em qualquer Linux, outra parte são os inevitáveis jogos de cartas, etc.
Bem que ao menos poderiam ter feito o Kasteriods igualzinho ao original de arcada. Já me chegava.

Mas houve um que me chamou a atenção: o Knetwalk. O conceito já não é novo, mas está muito bem implementado e é extremamente viciante.

Basicamente, tem-se aquilo que parece ser um servidor e vários dumb terminals e é necessário ordenar a rede para que todos todos comuniquem. Ou seja, passar disto:

para isto, rodando as tubagens dentro do seu quadrado apenas:

Isto é só o nível 3 de dificuldade em 5.
No 5, temos isto para ligar :-O

curiosidades sobre os pink floyd [1]

No concerto Live 8 em 2 de Julho de 2005, transmitido em directo pela Televisão para todo o mundo, em que os quatro elementos da banda se reuniram para tocar ao fim de quase 25 anos, o recentemente falecido Richard Wright (teclista), não teve um único close up na transmissão porque o realizador não sabia quem ele era.

uma conspiração de estúpidos

Há pouco tempo, li um livro chamado “Uma Conspiração de Estúpidos” (A Confederacy Of Dunces, no original) de um escritor norte-americano  chamado John Kennedy Toole. O livro e o autor têm uma relação trágica, como verão adiante.

Conta a história de um jovem de 30 anos, chamado Ignatius, que tem uma Licenciatura e um Mestrado.
É extremamente culto e inteligente, mas obeso, guloso e preguiçoso, vivendo sozinho com a mãe numa casa modesta em Nova Orleães.

Apesar das suas qualidades, não quer ter um emprego para estar bem na vida. Só quer arranjar biscates da treta em que não faça nenhum, tipo vender cachorros quentes pela rua num carrinho. Com a gula, come mais do que vende e no fim do dia ainda tem que pagar ao patrão. Passa por uma série de empregos assim. Entra num, sai, vai para outro. Em cada um, tenta fomentar uma espécie de revolta, o que faz com que acabe sempre na rua.
É extremamente arrogante e trata mal toda a gente de quem não precisa, não se coibindo de os chamar estúpidos e burros, atirando-lhes com a sua cultura para cima, mas humilha-se perante alguém de quem necessita.
Tem horror ao sexo e durante todo o livro há uma troca de correspondência absolutamente ofensiva com uma amiga de Nova Iorque que tem precisamente a opinião contrária.
No final tenta fazer um partido político e mais uma vez falha. Falha em tudo: em tomar conta da mãe idosa, em tomar conta dele, enfim, falha na vida.

Não vou contar mais nada do livro para não ser spoiler, mas é absolutamente fabuloso. O autor é também natural de Nova Orleães e tem aquela rara capacidade de descrever os lugares (a cidade, neste caso) e as gentes de um modo que nos faz ter uma percepção quase visual das coisas. Neste aspecto, diria que está quase ou mesmo ao nível de um Gabriel Garcia Márquez. De facto, a sua escrita é notável.

Agora a sua história breve e trágica. Escreveu o livro em 1960 enquanto cumpria o serviço militar. Durante 9 anos percorreu as editoras dos Estados Unidos com o manuscrito debaixo do braço e nenhuma se interessou por ele. Ao fim de tanto tempo a perseguir o sonho de o publicar, com o desgosto, suicidou-se em 1969.
Depois disso, a mãe resolveu pegar no manuscrito e continuar a cruzada do filho. Até que no final da década de 70 (20 anos depois de ter sido escrito e 10 do suícidio do filho), conseguiu que alguém se interessasse pelo livro.

Foi publicado em 1980 e ganhou um prémio Pulitzer em 1981.

uma foto estranha e uma música [14]

Bad Boy Boogie (AC/DC)

impagável

É mais ou menos consensual que uma grande percentagem do tráfego de e-mail na Internet é devido a mensagens completamente despropositadas. Como aquelas que têm slide shows quase sempre completamente idiotas.
Felizmente que a grande maioria das pessoas com quem me correspondo não tem esse péssimo hábito, mas há sempre uma ou duas. Há tempos recebi um e-mail de um amigo com um desses slide shows. Bem, vamos lá a ver, pensei.
E não é que calhou a coisa ser mesmo bestial ?

Versão Powerpoint

Versão OpenOffice

(Ver login e password na barra lateral para fazer o download)

1 kbyte de downloads do meu plugin

Hoje actualizei o meu “pluginzinho” que mostra as visitas e as plataformas e browsers na sidebar com aqueles ícones todos catitas. Acrescentei-lhe o browser do Google, o  Chrome :P

Entretanto, fui ver as estatísticas e vi que até hoje e desde 11 de Fevereiro, data em que foi aprovado pelo staff do WordPress, foi descarregado exactamente 1024 vezes. É 1 kbyte :)

o startux acabou

O Startux deixou hoje a web.

A ideia de fazer um site de interajuda entre utilizadores Linux, surgiu-me em 2001.
Registei o domínio e fiz o site em phpNuke que era tão mau, tão mau que penso que já nem existe. E assim se manteve durante dois anos. O DNS, o e-mail e a mailing list ficaram na Eurotux e o alojamento na MrNet (mais sobre isto adiante).
Como nota de humor, apesar de o Startux ter sido um site sobre UNIX mas quase todo virado para o Linux, sempre esteve alojado em FreeBSD :)

startux.org
created-date: 2001-07-20 10:57:08.000
updated-date: 2008-08-28 04:26:51.000
registration-expiration-date: 2009-07-20 17:57:06.000

Dois anos mais tarde, numa Minho Campus Party em conversa com o Paulo Laureano Santos, surgiu a hipótese de passar o Startux para Siteseed (versão 1), o produto da MrNet para construir sites.
Houve muito trabalho e empenho da parte do Paulo em adaptar o Siteseed a trabalhar como um weblog, uma vez que o software não tinha sido feito com esse fim em mente. Hove muitas dores de cabeça, fazer a migraçao da base de dados, etc. Foram tempos giros esses. Todos os dias havia ideias novas. Minhas e do Paulo. Trocávamos resmas de e-mails por dia.
Também não posso deixar passar a ocasião de agradecer o maravilhoso trabalho de web design que alguém da MrNet de quem infelizmente não me lembro do nome (mea maxima culpa), fez para o novo Startux. Se estiveres a ler isto, põe o dedo no ar :)
E assim, o Startux migrou para Siteseed.

Entretanto, e aproveitando a deixa, surgiu a ideia de pegar no código do Startux que já era um fork do Siteseed mas destinado a weblogs e com uma instalação de raíz já para funcionar como tal. O Paulo já não trabalhou neste projecto mas deu-me autorização para avançar por causa da licença do Siteseed não permitir forks. E assim, nasceu o startuxcode sob licença GPL que pode ser descarregado do Sourceforge. Que eu conheça, só o site da Comunidade da Caixa Mágica pegou nele e continua a trabalhar, conforme podem ler no rodapé. Tem um look todo catita. Está muito bem conseguido.

Quando começou a aparecer a praga do SPAM nos weblogs, o Flávio Moringa que era quem tratava do site na Caixa Mágica e começou a ter esse problema, enviou-me simpaticamente um patch [1] precisamente para o evitar. Ironica e tragicamente, a história do patch deu uma daquelas cambalhotas em que a vida é pródiga. Apliquei-o, mas mais tarde foi reposto um backup que não o tinha (eu pensava que sim) e nunca mais pensei no assunto.

Entretanto, o tempo passou e o site estava parado há dois anos, sendo que o último artigo proposto e aprovado por um utilizador datava de Outubro de 2006.
Há poucos dias, recebi um e-mail do Google Adsense avisando-me que o site continha conteúdos pornográficos e que por isso, ou eu tomava uma acção imediata ou era banido do sistema. Obviamente que ninguém lá colocou propositadamente tais conteúdos. O que se passava era que o site tinha sido invadido por comentários de SPAM com links, esses sim, para sites pornográficos. Eram aos milhares. Mas bota milhares nisso :)

Quando fui ver, já não houve tempo para mais nada a não ser contactar rapidamente o Paulo Laureano Santos, para mandar o site abaixo ASAP. Eu já não sabia os logins e passwords de nada de acesso quer ao site, quer ao servidor.
Já pura e simplesmente não havia  tempo para limpar todo o SPAM pornográfico e já agora, todo o restante de variados tipos.

O Paulo fez uma tarball dos ficheiros, outra de um dump da base de dados MySQL. Eu saquei e ele deitou o site abaixo de vez. Fez bem, já era um mono na Web.

O site foi um sucesso durante quase 5 anos, chegando aos 3655 utilizadores registados, sem contar os anónimos. Foram 3850 artigos com 17827 comentários. Cada artigo tinha cerca de 7000 leituras. Era uma coisa doida. Nada mau, numa altura em que a web ainda não era para todos e que na prática, só contaram 5 anos dos 7 que o site esteve online.
Depois, talvez por o Linux comecar a ficar mais amigável, foi decaindo em acessos até à paragem total dos motores.

Quando o site foi lançado em 2001, depressa fez furor e saiu em vários jornais, revistas e sites. Só tenho scans do Público e do TekSapo:

Fica também o vídeo da passagem por um programa da SIC Radical, onde foi analizado por um rapazinho que não percebia pevas de nada e uma rapariguinha tonta cuja função era fazer perguntas estúpidas ao dito rapaz. Download aqui.

E pronto, o Startux vive agora num Apache num CentOS em VmWare no meu portátil (e agora em Linux:) e está guardado em dois CDs distintos e em locais diferentes.

Está na barra de endereços da imagem, o URL http://www.startux.org, porque o tenho no ficheiro hosts do Windows.

Last, but not the least, tenho neste momento que prestar a minha mais profunda e sincera gratidão ao António José Coutinho da Eurotux por manter o DNS e o e-mail e ao Paulo Laureano Santos da MrNet por manter o alojamento e pelo imenso trabalho e disponibilidade que sempre teve para com o projecto. Sem eles, o Startux nunca teria ido a sítio nenhum.

E é isto. Mas como o domínio está pago até 20 de Julho de 2009, pode ser que se tiver tempo, ainda apareça qualquer coisa um dia :)

[1]: O patch é o seguinte para o caso de alguém querer utilizar:
No index.php, verifica-se se o campo $pubcom_antispam tem a string correcta antes de enviar o comentário para a BD:

if($article_comment) {
  if( ($pubcom_antispam == "comunidade") ){
    mysql_query("INSERT into ARTICLE pubcom SET
article='$article_comment',aprovado=0,submission_on=now(),nome=
'$pubcom_nome',email='$pubcom_email',class=$pubcom_class,title=
'$pubcom_title',texto='$pubcom_texto'");
 }
}

proteger directório em wordpress

Hoje, ao querer proteger com login e password o directório /files debaixo do raíz do WordPress, depressa descobri que a tarefa não era tão trivial como isso. De facto, ao pesquisar no Google sobre o assunto, andava tudo à procura do mesmo, havendo mesmo um plugin para o efeito mas que parece ser opinião geral que não funciona muito bem. Não o experimentei, estou a vender ao preço que comprei.

O problema está no ficheiro .htaccess na raíz do WordPress com as Rewrite Rules que é assim:

<IfModule mod_rewrite.c>
RewriteEngine On
RewriteBase /
RewriteCond %{REQUEST_FILENAME} !-f
RewriteCond %{REQUEST_FILENAME} !-d
RewriteRule . /index.php [L]
</IfModule>

Basicamente e sem preciosismos que para aqui não interessam, o que isto faz é verificar se o pedido é para um ficheiro regular ou para um directório. Se não for nenhum dos casos, redirecciona para o index.php, a raíz do blogue. No caso dos directórios protegidos por .htaccess/.htpasswd, parece que o Apache se “confunde, pensando” que não é ficheiro nem directório o que leva o WordPress a mostrar um 404, uma vez que os dois pressupostos foram satisfeitos.

Para dois ficheiros tão simples como isto:

.htaccess:

AuthType Basic
AuthName ficheiro
AuthUserFile /path-to/files/.htpasswd
require valid-user

.htpasswd:

ficheiro:kS3izewMeii8s

O trivial, mas não funciona.

O normal, seria colocar no topo do ficheiro .htaccess da raíz do WordPress as linhas:
ErrorDocument 401 /401.html
ErrorDocument 403 /403.html

Os ficheiros devem existir e conter pelo menos as tags <html></html>.

Mas não chega no caso do WordPress. É necessário adicionar ao topo do ficheiro index.php do WordPress, o código:

$request_filename = $_SERVER['DOCUMENT_ROOT'].$_SERVER['REQUEST_URI'];
$this_dir = dirname(__FILE__).'/';
if($request_filename!=$this_dir && $request_filename!=__FILE__
&& (is_file($request_filename) || is_dir($request_filename))) {
die;
}

Penso que isto é código a mais. Tentei alternativas mais curtas, mas tudo o que consegui foi uma página em branco no blog.

Agora sim, funciona :)

Se alguém quiser usar, escusado será dizer que está por sua conta e risco :P

E ah!, se tentarem isto e fizerem Copy & Paste, não se esqueçam de substituir os < e > pelos verdadeiros sinais de menor e maior.

play it again, sam

haruki murakami

Só há pouco tempo, me decidi a descobrir este autor, Haruki Murakami.
Japonês, nascido em Quioto em 1949, é hoje um nome incontornável da Literatura mundial.

Penso que foi o New York Times que lhe chamou o David Lynch da Literatura, mas para mim, seria mais adequado chamar-lhe o Tim Burton. Se é que estas comparações fazem algum sentido, bem entendido.
De facto, os livros de Murakami perspassam mais pelo universo onírico de Tim Burton do que pela insanidade (às vezes sem sentido) de David Lynch.

Os livros de Murakami são estranhos, pelo menos para mim que estou mais ligado à Literatura portuguesa e latino-americana. Não gasta páginas a descrever cheiros, atmosferas, personagens. Nos seus livros, estes entram de rompante e vão sendo descobertos da primeira à última página.
Não escreve, por exemplo, com o requinte de Gabriel Garcia Marquez ou – porque não – de um António Lobo Antunes. É a história e o modo muito particular como é narrada que nos prende e de vez em quando nos vai surpreendendo. São coisas mais ou menos surreais, o homem que se apaixona por uma mulher por causa das suas orelhas, o carneiro que encarna em homens, o amigo que já morreu mas está a falar com ele.

Possui imensas influências literárias e musicais dos Estados Unidos. É comum as personagens referirem-se a autores e músicos de Jazz americanos.
De um modo geral, as suas personagens bebem muita cerveja e fumam muito.

Os livros normalmente não têm um final bem definido. Ficam como em suspenso ou dão uma volta e fica tudo como está no início.

Em 1986, muda-se para os Estados Unidos onde foi leitor na Universidade de Princeton, regresssando ao Japão alguns anos e três livros mais tarde.
Em 2007, tournou-se Doutor Honoris Causa pela Universidade de Liège e em 2008 pela de Princeton.

Dos vários livros que já li dele, talvez o meu preferido seja Em Busca Do Carneiro Perdido.
O Sputnik, Meu amor, também é excelente e, se quiserem experimentar este autor, comprem a última edição da revista Sábado. Este livro vem com ela por apenas um euro a mais. Se não gostarem, não é grande o prejuízo.

novo filme do michael moore gratuito na net

O Michael Moore colocou o seu novo filme/documentário para ser descarregado gratuitamente na net.
Chama-se Slacker Uprising e segundo ele, “This is being done entirely as a gift to my fans. The only return any of us are hoping for is the largest turnout of young voters ever at the polls in November.

Está lá um aviso a dizer “The free download is only available to those residing in the United States and Canada.“, mas *cough* já se sabe como é *cough*.

O site do filme é este.

histórias da minha vida [2]

Com certeza, muitos de vós reconhecem o Sr. da foto ao lado – o novo director de programação da SIC. Os mais novos só o conhecerão de há pouco tempo, mas eu que já vou a caminho da 3ª idade :P, “conheço-o” desde o princípio da sua carreira.

Em 1987, quando passei para o 12º ano, resolvi estudar à noite e trabalhar de dia. Andei um ano inteiro a trabalhar para pagar uma aparelhagem de som só com amplificador, duas colunas e um leitor de CD. Topo de gama. 400 contos na altura (2000 euros), uma verdadeira fortuna. Fui a primeira pessoa que “conheci” a ter um leitor de CD.

Adiante… chegava de noite a casa vindo das aulas cerca das 23:30, mas não ia logo dormir. Fazia o sacrifício de esperar meia-hora por um programa da Rádio Comercial que começava à meia-noite e acabava à uma da manhã para ouvir nos auscultadores a excelente música que passava. No dia seguinte, tinha que me levantar às sete da matina, mas valia a pena.
O programa não tinha nome. Ou melhor, o nome era o do patrocinador. Chamava-se Espaço Akai.

O locutor raramente falava. Apresentava uma ou outra música e de vez enquanto dizia “Akai, uma garantia de futuro”. Mas tinha uma voz que era brutal. Não era aquela voz FM tipo Som da Frente ou Oceano Pacífico, mas era uma voz incrível.
Lembro-me de na altura pensar que aquele rapaz ia longe. Chamava-se Nuno Santos.

Depois desse ano entrei para a Universidade e deixei de o ouvir, até anos mais tarde em que lhe reconheci a voz a apresentar a programação da SIC, logo nos primórdios.
Não tenho bem a certeza, penso que ele ainda apresentou uns telejornais na SIC, mas não posso garantir.

E eis que um dia chega a director de programação da RTP onde fez um excelente trabalho e agora tem o mesmo cargo na SIC.

Sem dúvida que chegou longe.

portugal no seu melhor

Hoje de manhã fui a uma farmácia comprar um medicamento com a respectiva receita médica. Um genérico.

Conversa com a Sra. Farmacêutica:

— Bom dia, queria aviar este medicamento.
— Não temos e está esgotado em todas as farmácias.
— ? ? ?
— É que como o governo decidiu baixar os preços dos genéricos, as farmácias tiveram que devolver todos os medicamentos genéricos aos respectivos fornecedores para nova etiquetagem dos preços.
— Mas, mas, isso não faz sentido nenhum. Então não havia outra forma de fazer isso sem que os medicamentos fossem retirados das farmácias ?
— Claro que sim, consigo lembrar-me de muitas, mas é o país que temos.
— Pois é, tem toda a razão.

E pedi o mesmo medicamento, mas de marca. Que remédio tive.

Sempre que penso que já vi de tudo neste país, ainda continua a conseguir surpreender-me.

10

My Precious…

richard wright, partiu o floyd suave

1943 — 2008

Posso ? Sei que venho atrasado. A minha vida tem andado de patas para o ar e só soube ontem da tua morte pelo bitaites. Venho pôr-te uma flor e desejar que descanses em paz. Desculpa tratar-te por tu, coisa que alías vocês ingleses não têm com que se preocupar, mas ao fim de uns 27 anos de convivência a gente habitua-se a estas liberdades.

Foste tu sempre que entre as vergastadas do Roger no baixo e a guitarra do David, mantiveste as peças todas juntas. Como disse o David, vais ficar injustamente subvalorizado na História dos Floyd, mas para quem conhece bem a vossa música, simplesmente não. Como esquecer o refrão de Time, as teclas em Welcome To The machine ? Em Dogs ?

Foi pena teres sido despedido pelo Roger depois de The Wall, mas quando voltaste fizeste-o em grande. Ainda como músico convidado em A Momentary Lapse Of reason e já depois como membro de pleno direito em The Division Bell.

Acabou-se o sonho de todos o vossos fãs, uma reunião a quatro em tournée, coisa na qual aliás nunca acreditei. As feridas eram e são muito fundas.

Tiveste uma carreira a solo pela qual quase ninguém deu, por isso e se não te importas, deixo aqui uma música do teu último álbum, com o David na guitarra, para o pessoal ouvir, ok ?

Fica bem. Até um dia, e… obrigado por tudo o que me deste.

Breakthrough

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