gmail, uma pergunta

Eu sou um apaixonado por todos os aspectos da minha profissão: administrador de sistemas UNIX (quase sempre no sabor Linux e cor RHEL) e de redes. Mas se há algo da minha preferência, é instalar e gerir servidores de e-mail. E neles desenvolver truques, minas e alçapões para que façam algo mais que seja útil ou para atender a solicitações. Considero-me um administrador proficiente destes servidores, em particular sendo baseados em qmail. Conheço bem os RFCs (quando tenho dúvidas, consulto-os) e de um modo geral domino a besta (leia-se os servidores, os protocolos e como funciona todo o puzzle que é um servidor de e-mail). Inclusive, co-escrevi um livro sobre o assunto – em parceria com o meu amigo Ricardo Oliveira, aka Scorpio – editado pela FCA [1].
Em resumo, e sabendo perfeitamente que um blog não é o consultório sentimental da Maria, há algo para o qual não consigo encontrar resposta e não me caem as cuecas por tendo escrito o que está para trás, perguntar se haverá por aqui alguém que me saiba responder a esse algo.
Como é sabido por muitas pessoas, o GMail dá umas valentes marteladas nos protocolos para poder fazer todas as bells and whistles que faz. Embora por princípio seja contra estas coisas e também porque muitas vezes provoca comportamentos estranhos nos clientes de e-mail que suportam os protocolos direitinho (Outlook do Microsoft Office à parte), algumas dão mesmo jeito. Por exemplo, para mim que uso um cliente de e-mail (Thunderbird), quando por necessidade tenho que usar o webmail para enviar uma mensagem, esta surge-me depois na minha Inbox do Thunderbird. Basta movê-la para a pasta Sent e pronto: tenho sempre o meu e-mail todo no meu cliente.
Agora, e depois do devido enquadramento, a tal pergunta que por mais que já tenha pesquisado no Google e no Help do GMail, não consigo encontrar resposta. Vou por pontos por uma questão de sistematização:

  1. Uso como SMTP em casa e no trabalho o dos respectivos ISPs, não o do GMail. Já verifiquei e re-verifiquei se haveria algum resquício do SMTP do GMail de há muitas versões atrás, mas não há mesmo. Só tenho mesmo um SMTP configurado: o tal dos ISPs;
  2. Uso POP3 [2];
  3. Quando envio uma mensagens da minha conta do GMail, indo de seguida ao webmail essas mensagens estão lá todas na pasta Sent!

Mas como é que os gajos fazem isto ? Se usasse o SMTP do GMail, ainda poderia compreender de algum modo que era mais uma martelada. Mas utilizando um SMTP diferente ? Confesso que me ultrapassa completamente.
The mind boggles :(
Qualquer resposta será bem-vinda. Obrigado pela atenção.

[1]: Por mero acaso, descobri há poucos dias que faz parte da bibliografia de uma disciplina do Instituto Politécnico de Beja;

[2]: Claro que preferia e de longe IMAP, mas com a implementação que aquela porra tem, é tudo menos… IMAP. Também é  incompleto, baralha cada cliente de forma diferente, obrigando a quirks para que a coisa funcione aos tropeções. Enfim, um pandemónio. Vê-lo aqui.

blade runner ost

Como qualquer grande fã desse intemporável filme que é o Blade Runner, todos saberão que nunca teria atingido honras de culto se não tivesse a banda sonora que tem, composta e interpretada por Vangelis. De facto, mais do que em qualquer outro filme que já tenha visto, no Blade Runner imagem e som são unos.
Durante muitos e muitos anos, não faço ideia da razão, a banda sonora original nunca foi lançada no mercado. Apenas havia uma versão interpretada por uma orquestra sinfónica (e que eu à falta de melhor tinha). Mas apesar de ter sido bem esgalhada, não tinha a magia envolvente da original. Nem remetia a memória para a ambiência da fotografia do filme.
Eis senão quando, há poucos anos atrás e de repente… a real thing apareceu em CD, embora quase só disponível em sites como a Amazon ou lojas de retalho com propostas de maior bom gosto. Por estas razões, muitas pessoas nem se aperceberam da sua existência. Por isso e para quem não sabe ou sabe mas não tem, convido-vos a ouvir esta pérola e ainda mais esta.

havemos de nos encontrar de novo, avó

Por estes dias, completam-se cinco anos sobre um outro: o do falecimento da minha avó materna. A minha avó foi praticamente quem me criou ao nível do afecto, carinho e compreensão. E sempre que eu estive estive em baixo, também ela sempre lá esteve para mim. Enviuvou muito cedo na vida (o meu avô materno morreu pouco antes de eu ter nascido) e desde esse dia veio morar para a casa dos meus pais. Há quinze anos casei-me e deixei a paterna casa. O seu amor por mim era tão verdadeiro que quando soube que me ia casar e deixar de conviver com ela no dia-a-dia ficou felicíssima. Provavelmente porque acima de tudo, a sua felicidade era ver-me feliz. E adoptou a minha futura mulher como neta e ela deixou-se adoptar. Chamava-lhe carinhosamente de avózita. E era raro o dia em que não passasse por lá só para a ver e falar com ela um pouco.
Era uma daquelas pessoas que nunca pensamos irem morrer um dia, como todas as outras. Mas esse dia chegou, avó.
Quando recebi uma chamada da minha mãe no meu telemóvel cerca das 8 da noite, dizendo-me que tinhas tido um ataque qualquer no parque de estacionamento do Jumbo de Aveiro e que estavas no Hospital. Meti-me no carro imediatamente e conduzi para lá como um rapazito de 18 anos acabado de tirar a carta. Lá chegado, a minha mãe disse-me que ainda não sabia muitos detalhes, mas que era muito grave e provavelmente não passarias dessa noite. Saí do Hospital – era um dia bastante chuvoso  – caminhei para o carro e sentei-me no capot com a chuva a ensopar-me e como se isso tivesse qualquer interesse nesse momento. E chorando com a cara em lágrimas entremeadas com a chuva, pedi a Deus apenas que me deixasse apertar-lhe a minha mão contra a dela uma última vez e despedir-me enquanto ainda estivesse viva, mesmo que não me pudesse ouvir. Foi só o que Lhe pedi, mas os Seus desígnios são insondáves: morreu uma hora depois e não tive o meu pedido concedido.
Ainda hoje me pergunto: “Porquê avó ? Porque partiste sem te teres despedido de mim ?“. Como se fosse algo racional e ela tivesse tido alguma culpa disso.
Guardo na memória todos os bons e muitos anos que passámos e as coisas que partilhámos – muitas, em segredo. E não passa um único dia sem que me lembre dela. E de recordar de quanto me amava e da possibilidade de não lhe ter conseguido dar tanto do mesmo em troca. Lembro-me de me abrir a porta e me cumprimentar sempre do mesmo modo: “Então, neto ?“, ao que respondia também sempre: “Então, avó ?“. E de seguida, trocávamos um beijo na face. Lembro-me de às vezes me dar 5 euros “para um café”, tirados da sua magra pensão. E embora eu não precisasse deles, sempre os aceitei porque sabia que era mais um dos seus inúmeros actos de amor para comigo.
Espero um dia que nos reencontremos num qualquer lugar e tempo melhor do que este, avó.

joão aguardela :: r.i.p

Faleceu o João Aguardela, vocalista dos Sitiados aos 39 anos de idade, vítima de cancro.
Fundou a banda em 1992 e teve um êxito imediato, embora não tivesse durado por muito tempo.
Nunca fui grande fã da banda, mas a notícia de alguém da nossa idade que morre por uma doença incurável e com um final horroroso, dá-nos sempre um apertozinho no coração. O refrão do big hit do álbum de lançamento da banda, rezava assim: “Esta vida de marinheiro está a dar cabo de mim, rá-pá-rá-pá-pá-pá-rá-pá-pá-pá-rá-pá-pá“. Lembro-me de na Queima das Fitas do Porto nesse ano, todo o cortejo cantava: “Esta vida de estudante está a dar cabo de mim, rá-pá-rá-pá-pá-pá-rá-pá-pá-pá-rá-pá-pá“. São momentos que marcam e que contribuem ainda mais para o desconforto que se sente quando se toma conhecimento do acontecido.
Quando nos levantamos da cama nunca sabemos se vai ser esse o último dia da nossa vida. Paradoxalmente, é o que nos faz conviver melhor com a ideia de que um dia, mais tarde ou mais cedo, todos teremos que partir. Infelizmente, se calhar, ontem o João levantou-se da cama sabendo que ia morrer nesse dia.
Mas não morreu ainda. Foi só descançar até ao dia em que morra a última pessoa cantarolando que a sua vida de marinheiro ainda está a dar cabo dela.

a geração da qualidade de som rasco

Se há coisa que eu sou é um melómano sem cura, mas gosto de pensar que é uma Good Thing (TM). Há muitas outras pessoas como eu e das que não o são, quase todas gostam de música. Vida sem música não é vida. E para aqueles poucos que não gostam de música, não sabem o que estão a perder.
Apesar de não ser nenhum velho, ainda sou do tempo em que – independentemente dos seus gostos musicais – as pessoas procuravam ter a melhor qualidade sonora que o seu dinheiro lhes permitisse. Mas o que eu vejo na generalidade dos jovens de hoje é que só ouvem MP3 com auscultadores através dos respectivos leitores (leia-se leitores dedicados, telemóveis, etc.). Acontece também que por muito caro e bom que seja um leitor de MP3, traz sempre uns auscultadores cuja qualidade está ao nível de qualquer um que se compre na loja do chinês da esquina. E como delinquentes musicais que são, pelo menos no que à qualidade de som diz respeito, sonham que se gastarem centenas de euros num leitor de MP3 é porque (também) deve ter um som excelente quando na verdade só sabem o que é péssimo som. E assim, somando isto à boa merda que é o formato MP3, acabam por nunca saber o que é bom som. E pior do que isso, tirar prazer dele.
Há poucos dias, um colega de trabalho (aí com uns 22 anos) quis dar-me a ouvir uma música que tinha no seu iPod. Detesto enfiar auscultadores de orelhas alheias nas minhas, mas enfim… detesto ainda mais dizer às pessoas que não quero porque não sei se costumam limpar as orelhas e se têm micróbios. Lá ouvi a música. Bem, os auscultadores (que eu depois confirmei com ele serem os que vinham com o iPod) era tão, mas tão maus que nem tenho palavras para os descrever. Mas sempre posso dizer que graves nem se ouviam. Isolamento de som exterior ? Pois sim. Ainda lhe pedi para ouvir mais duas ou três músicas de outras bandas que ele gostasse e eu não conhecesse, não fosse dar-se o caso de o primeiro MP3 que me deu a ouvir ser particularmente mau. Foi só para confirmar e ficou… confirmado. Não conto esta história do iPod por querer de algum modo estar subrepcticiamente a malhar na Apple, nada disso. Nisto, as marcas são todas iguais. Produzem excelentes e caríssimos leitores, mas para que fiquem mais baratos são incapazes de  incluir na caixinha na qual são vendidos uns auscultadores minimamente decentes. O que para marcas que vendem milhões desses aparelhos, não custaria mais do que uns 10 euros. E já estou a ser um mãos largas. Portanto, os jovens não são os “únicos” culpados por só ouvirem som de péssima qualidade. Podiam era ser mais bem informados, mas isso já seria pedir muito.
Quanto às outras pessoas como eu, quando compram um leitor por exemplo abaixo dos 100 euros (recuso-me a dar mais do que isso por um e tem que ler o formato OGG), a seguir têm que gastar quase outro tanto se quiserem usufruir de som de qualidade na gama média-alta.
Acho que vou ali a uma loja que vende vinis novos, comprar um de que goste e enfiá-lo no prato do gira-discos da minha aparelhagem sonora. É que só de escrever este artigo, já fico de orelhas arranhadas.
PS. O formato MP3 ser uma valente merda e porque mistério é que 99.9% das pessoas o utiliza, fica para outro artigo.

LOL :)

diz que é uma espécie de louco

Penso que virtualmente todas as pessoas têm uma canção associada a um amor que tiveram. Nunca se esquecem dela e sempre que a ouvem, lembram-se desse amor passado. Claro que não sou excepção nenhuma. Tenho uma ligada a uma namorada muito bonita que tive aí pelos meus 17 anos. Mas nem é aqui que quero chegar. Considero-me uma pessoa com bom gosto musical, tendo até o Curso de Guitarra Clássica do Conservatório que tem mais anos do que uma Licenciatura em Medicina [1]. Tanto ouço Pink Floyd como as variações Goldberg de Bach, Peter Gabriel como Pat Metheny, etc. Mas vá lá saber-se porquê, associada a esta linda antiga namorada, tenho uma canção completamente xunga. Não tenho a versão original gravada em estúdio, mas uma ao vivo que saquei e converti para MP3 através de um vídeo do YouTube. Nem sequer tenho coragem para escrever aqui qual é. Quem quiser pode ouvi-la e depois chamar-me nomes feios nos comentários :)
[1]: Se alguém tiver por aí a pauta do Estudo XVII do Fernando Sôr em formato electrónico, agradeço encarecidamente o favor de ma enviar para gamito@gmail.com. É uma das peças minhas preferidas de sempre, perdi a pauta e nunca mais a consegui encontrar para comprar ou sequer na Internet.

à atenção do paulo bento

Caro Paulo,

O Sporting até se tem estado a portar melhor agora, mas como é o clube do interruptor (umas vezes para cima, outras para baixo), permita-me sugerir-lhe uma táctica infalível para ganharmos o caneco no final do campeonato:
Como o lance de jogo preferido da equipa é Patrício-Polga-linha de fundo, sugiro um 4-0-6 quando estivermos a perder e um 9-0-São Liedson quando estivermos a ganhar.
Com as bolas a sobrevoar o meio campo, não precisamos de jogar com o losango.
Aceite esta sugestão com muita tranquilidade, é de borla e o caneco fica desde já assegurado.

Cumprimentos,
Mário Gamito

para os adeptos da bola

Este foi o último artigo do meu primeiro blog. Pelo seu título, texto e data, dou um bombom – virtual, claro – a quem adivinhar qual ia ser o jogo e o que nele havia a ganhar ou a perder :)

eu, o meu filho e o bon scott

O meu filho passou o Dia do Pai de 2005 comigo. Tinha nesse dia 6 anos. Ao final da tarde, ajoelhou-se em lágrimas porque se tinha partido a corda de saltar que a mãe lhe tinha dado no dia anterior. E como ele estava tão feliz com o seu brinquedo novo. Fiquei tão comovido que lhe perguntei onde a mãe a tinha comprado para que nos metêssemos no carro e fossemos comprar uma nova igualzinha à primeira. A resposta implicou fazermos 20 km de Auto-Estrada para cada lado. A um ponto do percurso, o rádio do carro começou a perder o sinal da estação que íamos a ouvir. De modo que mudei para o CD. E os primeiros acordes de uma canção dos AC/DC chamada Night Prowler, cantada ao vivo pela voz de whisky do Bon Scott, ecoaram pelo interior do carro. É uma canção hard rock, mas que é na verdade um blues forte com os seus típicos ritmos e acordes e a feroz guitarra do Angus Young por cima.
Para meu grande espanto, o meu filho apaixonou-se imediatamente por ela. A tal ponto que me pediu para a passar de novo. E outra vez e mais uma ainda, até que só parámos de a ouvir repetidamente quando regressámos a casa. Foram 40 km de “condução Night Prowler” com o meu filho cada vez mais enlevado por aquele som tendo chegado ao ponto de começar a cantar em sincronia com o Bon Scott. No seu inglês, claro está.
Na minha adolescência, ouvi imenso AC/DC e a Night Prowler era uma das minhas preferidas. Mesmo hoje aos 40 anos e sem já ter o apreço que tive pela banda, ainda gosto de vez em quando de ouvir um CD deles.
E ali estávamos nós os três na estrada: o Bon Scott – já falecido há vinte e cinco anos –, eu e o meu filho. Os três a partilhar o mesmo momento de puro prazer. Enquanto escrevia estas palavras, estava a gravar um CD com a canção para lho dar no dia seguinte.
Isto traz-me à memória o monólogo escrito pelo Shyamalan no filme Signs e que termina com a frase “is it possible that there are no coincidences ?“.

Este artigo é adaptado e traduzido da versão inglesa do meu primeiro blog escrito nesta língua.

gpg for dummies

Este artigo pretende alertar os utilizadores de que o e-mail não é um canal seguro de comunicação. No entanto pode sê-lo usando o GPG (Gnu Privacy Guard).
Como a maioria dos utilizadores já deve estar ciente, os pacotes com mensagens de correio electrónico, entre outros, viajam livremente pela Internet. Uma rede reconhecidamente insegura até atingirem os seus respectivos destinos.
Neste percurso, um intruso pode facilmente interceptá-los e ler, ou até alterar o seu conteúdo. Basta pensares um pouco: numa troca de e-mails nunca podes ter a certeza de que a mensagem enviada não foi interceptada e lida por terceiros. Estes terceiros podem ser o teu bem amado fornecedor de Internet (aka, ISP), lamers bisbilhoteiros, invasores, ou mesmo alguém utilizando o teu PC quando estás ausente. Assim, as tuas mensagens podem ser lidas em vários locais. No teu próprio PC, na caixa postal do ISP (as mensagens que recebes e envias ficam armazenadas num directório do servidor), no PC do destinatário, além de neste longo caminho as mensagens atravessarem máquinas pelas quais vai passando até chegar ao seu destino.
Desta forma podes concluir que a rede não é um canal seguro para trocas de mensagens confidenciais. Graças à cifragem, a rede pode ser utilizada para troca de mensagens confidencias.
Porque é que deves cifrar os teus documentos ? Pelas razões acima referidas. Supõe que alguém tem acesso ao teu PC: estará apto a roubar-te as passwords, os teus números de cartões de crédito, bisbilhotar os teus documentos pessoais, etc… Se esta informação estiver cifrada não significará nada para o invasor e podes ter a certeza que este terá um trabalho bastante árduo para furar o mecanismo de segurança e não há-de consegui-lo de todo.
Quem utiliza o GPG ? Todas as pessoas que dão valor à privacidade: políticos, jornalistas, empresas, homens de negócios, etc…
“Não tenho nada a esconder, porque preciso de privacidade” ? Não acredito, apresenta-me alguém que não tenha absolutamente nada a esconder da sua família, dos seus vizinhos ou dos seus colegas. Apresenta-me alguma empresa que não tenha segredos a esconder dos seus concorrentes. Supõe que não és o único a utilizar o teu computador. Vais deixar os teus documentos pessoais abertos a pessoas estranhas ? Bem me parecia que não.
Agora vou saltar por cima da História da cifragem, do que ela é e como funciona. Teria que usar palavrões como algoritmos, chaves assimétricas, criptosistemas, criptoanálise… Em resumo, fazer com que adormecesses em cima do teclado. Afinal, isto é um artigo for dummies. No offense. None taken. Agora sim, a prática. O GPG vem incluído em todas as distribuições Linux e também existe para Windows descarregando-o de um mirror. Portanto, vou poupar-me ao trabalho de te ensinar a compilar o código.
A primeira coisa que tens que fazer é gerar um par de chaves: uma privada e outra pública. O truque do PGP é que usa duas chaves diferentes: uma que podes dar a toda a gente para que possam decifrar os teus e-mails e outra que não podes dar a ninguém e que serve para os assinar digitalmente e/ou cifrar. Para gerares as chaves, corres:

$ gpg --gen-key

Este comando, só para te chatear a móina, começa a fazer-te perguntas antes de mais nada. Não te chateies, elas são essenciais. À primeira, respondes com a opção 1. À segunda, quanto maior o número, melhor. À terceira, deixo ao teu critério. Afinal de contas és um dummy no GPG, mas também és um gajo inteligente que até sabe ler inglês. Se não te arrependeres das respostas que deste até agora, carrega na tecla “y”. De seguida é-te perguntado o teu nome, e-mail e um comentário que pode ser por exemplo “o Sporting é o maior”. É irrelevante (o que escolheres escrever, não o facto de o Sporting ser o maior, isso é indiscutível). Estando tudo bem, carregas nas teclas “SHIFT” e “o”, para que respondas com O em vez de o. Manias, é o que é. De seguida é-te pedida uma password e convém que escolhas uma bem boa que ninguém consiga adivinhar. Esperas um bocado enquanto o GPG faz as suas contas de cabeça. Para não demorar muito, convém que ao mesmo tempo tecles furiosamente como se estivesses a tocar piano, movas o rato ao calhas e depressa, abras e fechas janelas e outas coisas assim. Oops… já me ia esquecendo: embora este comando possa ser executado em qualquer directório com sucesso, deves fazê-lo  no teu directório de utilizador (ou home como lhe chamam). Caso contrário, o teu cliente de e-mail não vai saber onde estão as chaves. Se usares Windows, aceita o sítio onde ele quer instalar-se e não discutas. É melhor assim.
No final, o GPG vai criar na tua home um directório com o nome “.gnupg”, dentro do qual estarão alguns ficheiros e podes confirmar que as tuas chaves foram criadas executando o comando:

$ gpg --list-keys

Se o teu endereço de e-mail for dummy@dummy.com e o teu nome dummy doe, há-de aparecer-te no monitor qualquer coisa como isto:

/home/dummy/.gnupg/pubring.gpg

-------------------------------

pub 1024D/9C569AB8 2009-01-18 dummy doe (qqcoisa) dummy@dummy.com

sub 1024g/726A15B2 2009-01-18

Agora convém tomares nota do fingerprint da tua chave. Isto é um identificador único para cada chave. Para isso, executas o comando:

$ gpg --fingerprint dummy@dummy.com

E hás-de ver no teu monitor qualquer coisa assim:

pub 1024D/9CCD9AB8 2009-01-08 Dummy Doe (qqcoisa) dummy@dummy.com

Key fingerprint = 36C6 CAD5 F635 D67C A7BC E833 1DA4 E28F 1C78 6AB6

sub 1024g/726A15B2 2009-01-18
Aí tens o fingerprint da tua chave:

36C6 CAD5 F635 D67C A7BC E833 1DA4 E28F 1C78 6AB6

.
Deves dar o teu fingerprint a quem queres enviar e-mails assinados, para que possam verificar que este por ti assinado é válido.
Agora, deves exportar a tua chave pública para um ficheiro de texto ascii. Para isso, executas o comando:

$ gpg --export -a dummy@dummy.com > chavepub.txt

Este ficheiro é para ser espalhado à vontade por toda a gente. Para que quem o quiser, te poder enviar e-mails assinados e/ou cifrados e tu os possas ler. O melhor modo de fazeres isso não é andares a tocar de porta em porta à campainha dos teus amigos. Há servidores de chaves públicas por todo o mundo que as guardam e quem a quiser, só tem que a lá ir buscar. E a melhor parte destes servidores, é que inseres a tua chave num qualquer e passados uns minutos já está em todos os outros. Porreiro, pá! Podes até querer ser elitista :) e inserires a tua chave pública no servidor do MIT em http://pgp.mit.edu. Basta abrires primeiro o ficheiro chavepub.txt, fazeres Copy dele e Paste na caixa da página anterior.
Outra coisa que deves fazer é criar um certificado de anulação da tua chave. Porra, ainda agora a crias-te e já estás a pensar em anulá-la. Espera, há várias razões para o fazeres, mas a principal é se te conseguirem roubar a chave. Aí, se não tiveres o certificado de anulação, qualquer pessoa pode enviar e-mails assinados em teu nome, ou por outras palavras, terceiros vão receber e-mails com a tua assinatura, assim confiando que foste mesmo tu que os mandaste ir dar banho ao cão, quando na verdade não foste tu que o escreveste. E isto é gravíssimo e pode trazer-te sarilhos do arco da velha. Por isso mesmo, não deves deixar ficar o certificado de anulação no disco do teu computador. Porque se ele der o berro, de que te serve tê-lo criado ? Guarda-o numa pen USB ou num CD, etc. e de preferência escondida(o) para que ninguém a(o) encontre. Agora que te disse porque deves criar este certificado, vou-te dizer como o fazer. Basta executares este comando:

$ gpg --gen-revoke dummy@dummy.com

Este comando vai perguntar-te porque queres anular a chave, pede-te a password e um comentário. No final, entre outras coisas, há-de aparecer-te qualquer coisa como isto:

-----BEGIN PGP PUBLIC KEY BLOCK-----
Version: GnuPG v1.4.5 (GNU/Linux)
Comment: A revocation certificate should follow

iEwEIBECAAwFAklyvyAFHQJlZGYACgkQtv7MwiyrF5DdMQCglgTHOc7Wvwm7vdZc
cFOG8kEFYeMAoLUB6I1mPEG5rkaxbCZi/RW5Vmup
=3YPS
-----END PGP PUBLIC KEY BLOCK-----

Fazes Copy *só desta parte* e Paste para um ficheiro de texto com um nome qualquer. É este o ficheiro que deves gravar na tal pen USB ou CD e esconder bem escondido. Não te esqueças: não o graves no disco rigído do teu computador.
Agora já tens tudo o que necessitas para enviares e receberes e-mail cifrados. Em Linux, praticamente todos os clientes de e-mail suportam nativamente o GPG. Em Windows, apenas conheço o Thunderbird e o Mail Composer que vem incluído no browser SeaMonkey, uma espécie de sucessor do antigo Mozilla. No entanto, em relação a suporte nativo, estes dois clientes de e-mail não o têm em nenhum sistema operativo. É necessário um add-on chamado enigmail para isso. E nestes dois casos, é necessário configurar o add-on para as tuas chaves, mas isso é muito fácil, não necessita de explicação.
Agora um ponto muito importante: se enviares um e-mail cifrado que contenha um ficheiro anexo, apenas o texto da mensagem seguirá cifrado. O anexo, não. É um bocado idiota, mas é assim que funciona. Se quiseres que o anexo siga cifrado juntamente com a mensagem, tens que o cifrar primeiro e só o anexar depois. Para cifrares o ficheiro dummy.jpg, necessitas da chave pública da pessoa para quem a queres enviar e de a importar (supõe que o seu endereço de e-mail seja anotherdummy@dummy.com). Para obteres a chave pública, podes pedi-la ou tirá-la de um servidor de chaves como o do MIT. Para a importares, executas:

$ gpg --import a-chave-do-meu-amigo.asc

Para cifrares o ficheiro, corres o comando:

$gpg -ea -r anotherdummy@dummy.com dummy.jpg

É criado um ficheiro chamado dummy.jpg.asc que é o que deves anexar. Agora já podes enviar o e-mail com o texto e o anexo cifrados. Se te enviarem um anexo cifrado, decifra-o com o comando:

$ gpg -d dummy.jpg.asc > qualquer-coisa.jpg

E pronto, muita coisa ficou por dizer e explicar, mas isto é o suficiente para o objectivo principal. Agora que já não és um dummy, mas também não és nenhum guru, vai ao site do GPG e lê o manual.
Boas cifragens :)

the (in)famous internet explorer

Esta já tem quase dois anos, mas continua a ser tão actual. Há coisas que nunca mudam:

“one in 10 web pages scrutinised by search giant google contained malicious code that could infect a user’s pc.

(…)

drive-by downloads are an increasingly common way to infect a computer or steal sensitive information.
they usually consist of malicious programs that automatically install when a potential victim visits a booby-trapped website.

(…)

the vast majority exploit vulnerabilities in microsoft’s internet explorer browser to install themselves.

Se foi a BBC quem o disse, então é porque é mesmo verdade :P

o posat-1

Era o dia 26 de Setembro de 1993 e eu estava pela segunda vez acordado de madrugada em frente à televisão para assistir ao lançamento do primeiro satélite português. O lançamento estava marcado para 2 ou 3 dias antes, mas por causa das condições meteorológicas foi decidido ser adiado justamente poucos minutos antes do lançamento. Nesse dia fiquei acordado em vão. Era de madrugada, porque foi lançado – como tantos outros – pelo francês Centro Espacial de Kourou na Guiana Francesa. Um pedacinho de terra que os franciús têm a uns bons fusos horários a menos em relação a nós.
Apregoado como sendo a entrada de Portugal na tecnologia aero-espacial, na verdade o PoSAT-1 é um micro-satélite mixuruco que foi comprado e montado em Inglaterra com a participação de portugueses. Acho que a única transferência de tecnologia a nosso favor que possa ter havido, pouco mais deve ter sido do que a de aprender aonde apertar que parafusos. Paralelipipédico com 35 cm de lado e profundidade, 58 de comprimento, 50 kg de peso e velocidade de 7,3 km/s, faz 14 voltas à Terra por dia. Em 2006 deixou de comunicar com o Centro de Satélites de Sintra.
Dez anos depois do seu lançamento, Portugal deixou de o usar e assinou um contrato com uma empresa norte-americana para o fazer. Verdade seja dita, pouco mais fazia do que tirar imagens da Terra e telecomunicações. Com a agravante de o acesso ao satélite só poder ser feito a cada 6 horas e apenas durante alguns minutos que era quando passava por cima de nós e enquanto não desaparecia do horizonte da antena da Estação. As Forças Armadas chegaram a utilizá-lo nas missões da ONU na Bósnia, mas a que militares interessava transmitir e receber informações do seu país de origem com um delay que podia chegar às 6 horas ? Também a adesão de Portugal em 1999 à Agência Espacial Europeia lançou a desmotivação entre os “carolas” do PoSAT-1 que eram na verdade quem tirava algum proveito dele, mais por gosto e amor do que porque Portugal tivesse ainda algum interesse no satélite. Em 10 de Outubro de 2003, em entrevista à TSF online,  Fernando Costa, o homem que tinha quase tinha o poder de se fosse preciso tomar decisões em relação ao satélite afirmou: “As actividades são mais reduzidas agora porque não há exploração“. O engenheiro da Marconi, a empresa que ficou responsável pelo controlo do aparelho na altura, lembrou que no início houve um bom aproveitamento do aparelho, mas reconheceu que, nos últimos anos, pareceu ter diminuindo a vontade nacional de tirar partido dele. Para bom entendedor, meia palavra basta.
A morte física do PoSAT-1 está prevista para 2043. Nesse ano, há-de voltar a ser notícia nos Telejornais. Até lá, vai andar à deriva até que se desintegre no curto momento da entrada na atmosfera. Enquanto isso não acontece, no site Live Real Time Satellite Trackinkg, podemos acompanhar em tempo real a posição e deslocação do PoSAT-1 graças às maravilhas que o Google Maps permite.
Agora coloco a pergunta de 1 milhão de dólares: porque é que Portugal em vez de ter gasto uma pipa de massa num “ferro” praticamente inútil, não investiu num satélite geoestacionário de telecomunicações que nos permitisse comunicar como deve ser com os países africanos de língua portuguesa ? Isso sim, teria sido dinheiro bem empregue e mais importante do que isso, uma opção estratégica para o nosso país.

falta de sentido de comunicação

O site da Transparências na AP feito pela ANSOL não se aguentou nas canetas a meio da tarde depois de ter sido noticiado na Comunicação Social de hoje (provavelmente porque o uplink da linha deve ter batido no tecto). Como excelentes administradores de sistemas que são,  mudaram o site para outro lado com outro IP e mais largura de banda. Agora temos que esperar umas horas até o podermos voltar a ver. Neste momento o que podemos ler no endereço do site, é:

Estamos com dificuldades no serviço devido ao elevado volume de acessos, e por isso mudamos para um novo servidor. Se está a ver esta página, é porque o seu provedor de DNS (o seu ISP, normalmente) ainda não a actualizou. Se for esse o caso pode configurar o seu ficheiro de hosts local para que transparencia-pt.org seja o IP 81.92.212.13. Provavelmente http://www.transparencia-pt.org/ funcionará, tudo depende da resolução mas como este é o endereço secundário é menos provável que esteja na cache de DNS.

Mas este pessoal não tem noção das coisas ? O que é que diz a um utilizador doméstico da Internet coisas como “pode configurar o seu ficheiro de hosts local para que transparencia-pt.org seja o IP 81.92.212.13.” ou “tudo depende da resolução mas como este é o endereço secundário é menos provável que esteja na cache de DNS.” ? Carradas de gente nem sabe sequer o que é que é um ISP, apesar de serem clientes deles.
Não se arranjava um texto que os leigos compreendessem ? Ou então, mais valia terem simplesmente um link alternativo através daqueles redireccionadores tipo hidemyass ou com o novo IP.
Tudo o que conseguiram se resume a vários comentários colocados no Público online. Exemplos:

  • “como aceder ao site? não se consegue. Os dados não eram verídicos ??” (16.01.2009 - 19h59 - Anónimo, porto)
  • “ena o site já foi abaixo. Software livre no seu melhor.” (16.01.2009 - 10h45 - afonso, Portugal)

Quando o site voltar ao éter, já o pessoal fez zapping da sua atenção para outro lado qualquer. Mas o pior ainda, é que se tiver passado nos telejornais, azar do caraças – o tão famoso em 3 dias site, afinal são umas palavras que ninguém percebe.
E assim se deita por terra uma excelente iniciativa por manifesta falta de tacto,  sensibilidade e bom-senso.

reposta aberta ao bitaites

Nomeadamente a este artigo. Antes da resposta, algumas considerações: em primeiro lugar, IMHO, a verdadeira liberdade está em cada utilizador de um sistema operativo desktop oriented utilizar o que bem entender sem que para isso tenha que ser criticado, pior ainda julgado ou ser motivo de chacota quantas vezes pública. Se alguém quiser gastar umas valentes centenas de euros num sistema operativo que nenhum software inclui que possa produzir alguma coisa a não ser o Paint, pun intended, be my guest. O mesmo se aplica a empresas e instituições privadas. Em segundo lugar, nem vou aqui falar das debilidades de um desktop Linux, porque de certeza que teria que apontar a mira várias vezes ao botão de apagar comentários em queue de moderação. E não estou a falar daqueles que com um mínimo de respeito, discordariam de mim. Para mais esclarecientos sobre isto ler aqui a resposta à pergunta “Porque é que o meu comentário não foi aprovado ?”. Para terminar, também não vou fazer de Advogado do diabo, quanto mais não seja porque não me pagam para isso. E se há coisa de que os Advogados gostam, é de defender o indefensável e encherem os bolsos com isso. Fim das considerações.

Marco,
Eu não escrevo nada acerca da qualidade ou não qualidade do Windows 7, porque simplesmente nunca o experimentei (leia-se a versão beta que anda por aí). Tal como não escrevo sobre o prazer de conduzir um Ferrari, pois é um que nunca tive. Também não faço futurologia sobre o impacto do Windows 7 no Linux, porque isso só o tempo o dirá. Só sei que se for bom como o OS X, sim, vai ter impacto.
O Windows serve para a palhaçada, mas não só. Pergunta aos utilizadores de Autocad ou de Autodesk Inventor, se o Windows lhes serve para números de circo e se têm alguma alternativa para o trabalho que esse software faz em Linux.
Sim, o Registry do Windows é um dos seus maiores cancros. Totalmente de acordo. O Tio Bill na passagem do Windows 3.x para o 95, mandou os ficheiros ascii .ini de configuração para o cesto dos papéis e trocou-os pela dita aberração. Mas também há que dizer que uma parte significativa de todos os males do Registry são os utilizadores instalarem e desinstalarem software como se não houvesse amanhã. Acontece que a grande maioria desse software ao ser desinstalado não apaga tudo o que encafuou no Registry aquando da instalação. O Registry vai ficando cada vez maior, o Windows a confiar nele em que o software ainda lá está e o caldo entorna-se. Os ficheiros corrompem-se. Se um ficheiro essencial do kernel do Linux se corromper, este vai de vela tal como o Windows  se se corromper o Registry. O Windows tem uma ferramenta de backup do Registry. Se estoirar por causa dele e as pessoas tiverem backups actualizados, ele ressuscita. Dito isto, volto a frisar que depressa trocava o Registry por ficheiros de configuração de texto ao estilo do UNIX.
Os ficheiros de utilizador e de sistema não estão separados no Windows ? Sempre pensei que este tivesse uma pasta C:\Windows\system, outra C:\Windows\system32 e a própria raíz do filesystem (tipicamente o C:\) para os ficheiros do sistema e uma de utilizador para os ficheiros de utilizador. Isto não é um modo suficientemente eficiente de separar as duas coisas ? No Linux, na própria home dos utilizadores não estão uma carrada de ficheiros e directórios de sistema ? Ah pois, estão escondidos de um ls. Mas aparecem com um ls -a.
É verdade que o NTFS desfragmenta bastante contribuindo para a degradação do desempenho do sistema operativo. Mas daí a chamar-lhe sarcasticamente avançado como quem chama adiantado mental a um idiota, vai um grande passo. O NTFS surgiu com o Windows NT 3.1, salvo erro. Já lá vão 13 anos. E se tem deméritos (o grande grau de desfragmentação, o journaling pouco… journaled), também tem méritos. Passados estes 13 anos, tomara o Linux ter um filesystem que tivesse uma tão grande capacidade de fine grain tuning a nível de permissões e ownership de ficheiros e directórios. Sim, eu sei o que são filesystems para Linux com suporte a ACL. Não percam o vosso tempo comentando a lembrar-me desse facto. Mas a verdade é que muito pouco software e/ou utilizadores tira partido disto. IMHO, o sistema de permissões do UNIX ao estilo do “tudo ou nada”, é um dos seus pontos mais fortes, mas também um dos mais fracos.
O Windows só instala tralha que não queremos se o tivermos configurado para isso. Eu sei que há aqui umas excepções, mas não são de modo nenhum a regra.
Acho muito bem que o Estado Português use software livre e gratuito sempre que não tenha alternativa. São incontáveis os milhões de euros que o país pouparia se assim o fizesse. E se muitos e mais Estados fizessem o mesmo, estariam todos a contribuir para a melhoria da Economia mundial, tal é o volume de negócios anual de software por eles comprado.
E para terminar, uma palavra em relação à parte de servir: aí sim, o Windows é uma palhaçada. Um sistema operativo destinado a servir e que traz o Paint (pun intended again) nem sequer é para ser levado a sério logo à partida.
O UNIX sim, nasceu para servir há 40 anos e continua aí para as curvas a dar cartas e cada vez mais.
Abraço,
Mário Gamito

o meu nome e o gmail

O nome Gamito é muito raro. Somos muito poucos. Tanto assim que sempre que digo o meu nome a alguém, disparam-me imediatamente com a mesma pergunta: “por acaso é da família do ciclista Vítor Gamito ?”. Respondo sempre que não faço a mínima ideia. E não faço mesmo. Temos também a tendência a desaparecer, uma vez que nascem mais bebés do sexo feminino do que masculino. No meu caso, se o meu único filho não vier a ter ele próprio um filho rapaz, a “minha linhagem Gamito” vai terminar com ele. Vão ser gerações de Gamitos que vão chegar ao seu final. Acho que é capaz de ser um peso muito grande para um rapaz de 10 anos :) [1]
A História do nome Gamito tem alguns contornos engraçados: o nome nasceu mais ou menos ao mesmo tempo em duas localidades alentejanas: Torrão e Sines. Sendo que todos os Gamitos do Torrão eram familiares entre si e o mesmo com os de Sines. Mas entre os de um lado e os do outro, não havia familiaridade.
No entanto, e vá lá saber-se porquê (talvez pela emigração e por serem 200 milhões de habitantes), há em termos absolutos, carradas de Gamitos no Brasil. É rara a vez em que me tente registar num site com o username “gamito” que já não esteja ocupado.
Mas há sempre um dia em que nos calha a lotaria. E esse vale por todos os outros em que não nos calhou tal sorte: quando o GMail abriu logo nos primeiros dias, um ex-colega de trabalho já tinha conta e 5 convites. Perguntou-me se queria um e eu disse que sim. Como ninguém nesse dia poderia adivinhar no que o GMail se viria a tornar, para ele e para mim era só a curiosidade de ver mais um webmail grátis. Enfim, com o bombom de ser do Google, mas nada mais do que isso. Talvez por ser tão cedo, o endereço gamito@gmail.com estava disponível. Portanto, sou eu o único Gamito do mundo que tem como endereço de e-mail do GMail, só o apelido. [2]
Todos os outros, fizeram como toda a gente: os manuel.gamito, os joaquimgamito, os jorgepgamito, etc.
Passados todos estes anos, às vezes recebo um e-mail que seria dirigido a um outro Gamito qualquer. Suponho que quem os envia deve pensar por ignorância que se a pessoa a quem está a escrever se chama Gamito, então o seu endereço de e-mail deva ser gamito@gmail.com. Quando se trata de uma resposta e ela contém o endereço do devido destinatário, faço um forward para ele, dizendo “este e-mail deve ser seu e veio para mim por engano”. Normalmente recebo um agradecimento em troca. Quando não tenho modo de saber o e-mail do meu homónimo de apelido, paciência. Nada a fazer.
A Internet é uma coisa fantástica, não é ?

[1]: Isto pode vir a não ser verdade. O Parlamento Europeu tem em agenda uma votação  para que em todos os países membros, os filhos e filhas herdem o apelido da mãe e não do pai. Com o argumento, algo razoável, de que é a mulher que gera o um novo ser humano e o dá à luz. Parece-me bem e aposto que vai ser aprovada.

[2]: Já por mais do que uma vez recebi ofertas *bem generosas* para vender o meu gamito@gmail.com. Respondo sempre que lamento, mas não está à venda.

spam português no gmail

Se há razão para desde que o GMail abriu eu ter passado a adoptá-lo como o meu e-mail pessoal até hoje (e já lá vão muitos anos), é o seu sistema anti-SPAM. Até prescindi do meu adorado IMAP para isso. Escrevo o endereço à vontade em páginas Web tal como é, sem truques para tentar enganar os spammers e registo-me com ele nos sites há anos. Dito isto, SPAM a aterrar na minha inbox, são 4 ou 5 por semana. Contudo, nos últimos dias, ou os spammers portugueses se tornaram de repente muito inteligentes e descobriram como enganar o anti-SPAM do GMail, ou este desligou-o para o SPAM português :P
É que tenho recebido SPAM nosso numa quantidade que – embora não seja avassaladora, longe disso – também não é nada habitual.
Sou só eu ou há mais por aí quem se queixe do mesmo ?

o caso dos valores dos ajustes directos

Depois da euforia inicial que chocou toda a gente (eu incluído), reflecti sobre a possibilidade de haver erro(s) informático(s) nos valores das adjudicações directas no site do Governo. Hoje o caso chegou aos jornais. Pelo menos ao Público – com honras de primeira página e abrir a secção nacional – e ao Correio da Manhã. Depressa chegará às televisões, adivinho eu. Não quero dizer que *eventualmente* não tenha havido marosca nalguns casos, mas não com aquela dimensão ou sequer remotamente aproximada. Só podia ter sido uma grande barraca. Uma fotocopiadora de 3000 euros não podia pura e simplesmente ter sido comprada por 6,5 milhões. Portugal apesar de tudo, ainda não é o Burkina Faso. Sobre este caso, escreve o Correio da manhã:

Contactado pelo CM, o assessor da CMB, Paulo Bernardino explica que a autarquia pagou na realidade 6,5 mil euros pelo equipamento. “Houve um erro a nível administrativo, os funcionários por lapso trocaram um ponto por uma vírgula, o que levou a o valor ficasse indicado como 6,5 milhões”

Ainda sobre os 652300 euros de vinho constantes do site governamental, diz o artigo no Público:

A Câmara de Loures, que desde o início de Novembro está a protestar, sem sucesso, (…) contra muitos deles, designadamente os dois zeros que foram acrescentados aos 6523 euros que pagou pelo vinho.”

Se lerem a entrevista que deu ao Bitaites, já então o Rui Seabra, Vice-Presidente da ANSOL – entidade que criou o http://transparencia-pt.org –  não se referiu a aldrabices, mas sim a falhas informáticas de palmatória. Na entrevista ao Público (ver caixa na página), dizendo o mesmo, foi mais formal na escolha das palavras, como é óbvio:

“Percebemos que não tinha capacidade de escalar para as necessidades de transparência exigíveis a uma democracia moderna.”
(…)
Seabra classifica o site oficial, chamado Base, como “uma iniciativa governamental exemplar de um conceito louvável” que acabou por ser “atraiçoada por uma implementação de má qualidade”.

Enfim, mais um caso de uma coisa feita com os pés. De tal modo que até os valores das adjudicações constantes no site governamental, ultrapassam largamente os máximos definidos por Lei. Está online desde 2006 e ainda têm a lata inoxidável de dizer que “ainda está em desenvolvimento” e que o motor de pesquisa deverá estar a funcionar “dentro de dez dias”. Parece que acordaram de repente e contrataram um batalhão de programadores a trabalhar em regime 24/7. Atenção, que como sempre disseram os nossos políticos e jornalistas, os portugueses são inteligentes na hora do voto. E frases como estas podem ser consideradas por muitos como um insulto à sua inteligência.
Por último, um grande tirar de chapéu à ANSOL que sem dúvida prestou um enorme serviço público ao país. Mas que com certeza (e com toda legitimidade) teve a sua própria agenda. Conseguiram com isto tornar-se conhecidos por toda a gente em Portugal e muitas deles vão querer saber quem são e o que defendem em relação ao software e relativa qualidade e gastos, nomeadamente no que toca ao Estado. Está tudo à distância de meia-dúzia de cliques. E isto pode ser que comece a mudar mentalidades, primeiro nos eleitores e depois nos governantes. A “prova” disso, é o portal dizer que custou 18 euros e umas horas a fazer e neste momento estar praticamente inacessível – na edição online do Público tem o link no texto.
Gostei particularmente desta frase do Rui Seabra ao mesmo jornal:

A ANSOL, acrescenta, está disposta a ajudar a resolver os problemas do site oficial.

Para terminar, não gostaria de deixar de vos convidar a ler e comparar os comentários dos leitores no Público online e no Correio da Manhã. As conclusões da comparação deixo para vós, mas se calhar – e voltando atrás – há eleitores que não percebem o que verdadeiramente está em causa. E que, digo eu, devem ser em muito maior número do que aqueles que o percebem. Infelizmente :(

retrato oficial do futuro presidente obama

O President-elect Barack Obama já tem o seu retrato oficial para quando tomar posse no dia 20 levar consigo para a Casa Branca e ser distribuído em massa pelo país. É o primeiro retrato oficial de um Presidente dos EUA a ser feito com uma máquina fotográfica digital. Pessoalmente não acho a fotografia grande espingarda e aquela mania de os presidentes trazerem sempre o pin da bandeira na lapela do casaco é um bocado kitsch aos olhos de um europeu. Mas enfim, os EUA são um país com 221 anos, sem História nem símbolos. Por isso,  têm mesmo que se agarrar à Stars and Stripes. Tirada pelo novo fotógrafo oficial da Casa Branca, Pete Souza – neto de emigrantes Açoreanos. Pormenores aqui no site de transição do próprio Barack Obama.

última hora

Um Airbus A-320 da Us Airways depois de ter descolado de La Guardia em Nova Iorque, embateu num ou dois bandos de aves que lhe danificou os motores. O piloto, menos de um minuto depois da descolagem e a 1500 pés, comunicou à torre o sucedido e solicitou autorização imediata para regressar à pista. Teve-a e tentou,  mas não conseguiu tendo acabado por amarar no rio Hudson. Os 146 passageiros e tripulação com os coletes salva-vidas vestidos ficaram nas asas enquanto vários ferries acorriam ao local para os resgatar.
O piloto João Roque, afirmou que “a amaragem de um avião com rodas, como a que sucedeu hoje nos Estados Unidos, é “uma manobra difícil” que só é treinada em simulador e exige tempo de preparação dos tripulantes e passageiros e cujo sucesso “depende das condições do mar”, do “tempo de preparação” para a executar e colocar os coletes salva-vidas.  E exige também “controlo da ansiedade” de tripulação e passageiros, para “evitar o pânico”.  Afirmou ainda que “é uma sorte que o avião tenha ficado inteiro depois de amarar” sendo que “numa boa parte” destas situações, os aparelhos partem-se em contacto com a água.” João Roque explicou que “os aviões, que amaram intactos, conseguem flutuar durante algum tempo devido a “bolsas de ar” dos compartimentos da cabina ou porões”.

Não é todos os dias que se tem esta sorte. Ou então, um piloto excepcional:

A man who witnessed the crash told ABC that the pilots’ efforts had helped ensure a relatively soft landing on the water.”From my window I saw the plane was coming down below the radar zone,” he said.

“I thought it might be a terrorist attack or something but the plane looked like it had difficulty trying to gain altitude but as it got closer to the water I saw the pilot, he made a last-ditch effort to try to gain altitude.”

And he did that for a few seconds and then the plane just came down and plopped on the water. Had he not done that he would have damaged the fuselage.”

New York Senator Charles Schumer said it was a modern-day miracle that no one had been killed.”The pilot was truly heroic - that’s the preliminary indication,” he said.

“He saw what was happening, gained a low altitude, turned the plane in the right direction, found the Hudson River and made sure it wasn’t a nose-first landing but rather flat.” And that’s probably what saved everybody’s life, thank God.”

“Gotta give it to the pilot, man, he made a hell of a landing,” said passenger Jeff Kolodjay.

Citações tiradas da BBC

Vídeo aqui, também da BBC

Fonte da explicação do piloto João Roque: jornal Expresso.

a marca cristiano ronaldo e um spot da nike

Segundo especialistas do jornal Público, a marca Cristiano Ronaldo valia antes do prémio FIFA que recebeu, cerca de 50 a 63 milhões de euros. A RTP diz 200 milhões. Muito mais do que recebe pelo trabalho que exerce para o seu empregador, o Manchester United – 7,4 milhões por ano. Tem contrato com o Banco Espírito Santo, a Nike e a Soccerade. Já teve com a Coca-Cola na China, com a YDreams portuguesa num jogo de futebol para telemóveis destinado aos mercados europeu e asiático (”Apercebemo-nos que ele é um ícone do futebol no mundo inteiro, em particular na Europa e Ásia”, sublinhou Eduardo Dias, director da YDreams).
Para Ana Matias, especialista em marketing desportivo, “o Cristiano Ronaldo já é uma marca, mas ainda não tem uma imagem de marca. Ele começou a ser uma marca a partir do momento que tirou a camisola da selecção para festejar um golo no Euro 2004. No entanto, desde esse dia a sua imagem ficou estragada por alguns episódios que deram a ideia de algum deslumbramento com a fama”. Segundo esta antiga consultora de futebolistas e clubes, “a sua imagem evoluiu ao sabor dos acontecimento, sem estratégia”. Agora, “é importante escolher bem os valores associados à imagem do Ronaldo e as marcas virão atrás desses valores”.
Poderá Cristiano Ronaldo ultrapassar a dimensão que atingiu a marca Figo ? Ainda segundo esta consultora, “com a estratégia certa, pode, porque o Cristiano é mais espontâneo e cria maior proximidade com o típico adepto de futebol. Neste momento, o nome do capitão da selecção é o mais impresso nas camisolas das quinas, é o mais requisitado à Federação Portuguesa de Futebol e é também o maior alvo da contrafacção de equipamentos”.
Agora com o prémio, vai valer muito mais e mais contratos vão chover. A quantidade de diferentes targets que pode atingir é impressionante: desde chocolates, a telecomunicações, marcas de moda, jogos, marcas de automóveis, telecomunicações e produtos alimentares.
Mas enquanto não vêem outros contratos, a Nike lançou mais um dos seus espectaculares spots televisivos com ele, desta vez alusivo ao prémio. Podem vê-lo aqui. Tentem ver o Cristiano Ronaldo no spot. Ele está lá, mas é mais difícil de encontrar do que o Wally :)

Fontes: jornal Público, RTP, ronaldo.bloguedesporto.com

em relação ao artigo anterior

Acho que tenho que o desculpar. Afinal de contas, o meu filho é “provavelmente, o mais jovem autor da blogosfera” :)

suspiro

Hoje é que eu reparei bem na nova assinatura do MSN do meu filho, um fedelho de 10 anos:

Anda um pai e uma mãe a criar um filho para isto. Daqui a pouco já falo com ele :P

[Actualização]: Após uma breve conversa de homem para homem (LOL :) eis que tem agora uma assinatura politicamente mais correcta e consentânea com a sua idade:

quanto custa reparar uma porta

Contrato: Reparação de porta de entrada do edifício.

Preço: 142.320,00 € (28532 contos na moeda antiga).

Prazo de execução: 1 dia.

Entidade adjudicante: Matosinhos Habit — MH.

Aqui.

aceder ao ms sql server a partir do linux

O freetds é um software para Linux que permite ligar e interagir com a base de dados MS SQL SERVER da Microsoft (e também SyBase). É muito fácil de instalar. Basta ir ao site fazer o download e instalar com (no mínimo):

# ./configure --prefix=/usr/local/freetds --with-tdsver=7.0
# make
# make install

O TDS é um protocolo desenvolvido pela SyBase em 1984. Se não especificarmos a versão 7.0 ou 8.0, o freetds utiliza a 5.0 que não permite ligações ao SQL SERVER 2008 (ao 2005 não tenho a certeza). No Windows, pode utilizar-se o SQL Server Mangement Studio para trabalhar:

Para nos ligarmos do Linux ao servidor Windows com o MS SQL SERVER, utilizamos o binário tsql que está no directório bin. Suponhamos que o IP do servidor Windows é o 192.168.42.1
Então, ligamos ao servidor deste modo:

$ ./tsql -S 192.168.42.1 -U sa -P segredo
1> SELECT CURRENT_TIMESTAMP;
2> GO Oct 14 2009 07:55PM
3> QUIT
$

E pronto, podemos usar SQL à vontade. Outra das aplicações mais importantes do freetds, é que o PHP pode ser compilado contra ele, possibilitando assim que aplicações Web feitas em PHP, a correr em UNIX ou Windows, possam aceder ao MS SQL SERVER. Mais informações aqui.
Claro que não convém mesmo nada usar o utilizador sa (super administrator) em ambientes de produção.

enchi com a madeira e os açores

Hoje de manhã, ouvi nas notícias que nos Açores colocaram a respectiva bandeira à mesma altura do que a da Bandeira Portuguesa. Não, isto não é uma piquínhice. É um acto carregado de simbolismo, uma mensagem pouco subliminar e uma afronta a um dos três símbolos nacionais (os outros dois são o Estandarte Nacional e o Hino Nacional). Mais ainda, os nossos constitucionalistas já disseram que tal acto é inconstitucional. As Forças Armadas para já não comentam, mas dizem (se bem percebi) estar a seguir o caso. Ao que nós chegámos. Quando as Forças Armadas de um país democrático dizem que estão a seguir um caso relativo ao seu próprio país, há definitivamente qualquer coisa que está *mesmo* mal. Há anos e anos que os imperadores das nossas ilhas vêm sugando biliões do nosso Orçamento de Estado, recebendo proporcionalmente muito mais do que o continente por parte da UE (as ditas regiões ultra-periféricas), tendo assim um nível de vida superior ao de cá e a única coisa que recebemos em troca são patadas, chantagens para sugar mais massa e sermos chamados de cubanos entre outras alarvidades.
Claro que sei que os sucessivos governos sempre cederam às chantagens por motivos puramente partidários e que o Sócrates ajudou a que esta festa da bandeira pudesse ter tido lugar passados dois ou três dias daquela lei abjecta ter sido promulgada pelo Presidente da República. E também não confundo os bons povos da Madeira e dos Açores com os seus dirigentes políticos, embora sejam eles que os elegem quando têm alternativas ou eles próprios as podem criar.
Tenho pena é de quando há uns anos atrás São Tomé e Príncipe manifestou interesse em se tornar um protectorado português, se tenha assobiado para o lado aqui por estas bandas. Esses falantes da nossa língua, sim. Mereciam toda a nossa ajuda para se endireitarem primeiro e depois com o potencial turístico e de café de grande qualidade que as ilhas têm, se transformarem num paraíso económico. Teria sido bem mais barato para nós e mais proveitoso para ambas as partes do que sustentar quem é mal agradecido, para não dizer pior.
Estou farto. Independência por decreto para a Madeira e os Açores, já.

[Actualização]: Nem de propósito. O respeitadíssimo e consideradíssimo constitucionalista e também escritor de artigos de opinião no jornal Público nos tempos livres – Vital Moreira – escreveu ontem mesmo no blog Causa Nossa (que visito praticamente todos os dias) o seguinte:

“Nas poucas ocasiões em que Mário Crespo conseguiu interromper o torrencial e obsessivo discurso do líder madeirense, ontem na SIC, faltou uma pergunta, quando Jardim se queixava da diminuição do subsídio orçamental da República para a Madeira.
E a pergunta é esta: «Mas porque é que o Continente há-de ainda continuar a subsidiar a Madeira, se a sua riqueza já está bem acima da média nacional?»
Pelo contrário, em vez de o Continente continuar a subsidiar a Madeira, que já beneficia de todas as receitas fiscais nela cobradas, deve ser esta que deve começar a pagar a sua quota-parte nas despesas gerais da República (desde as forças armadas à representação diplomática, desde a justiça às contribuições para as Nações Unidas e a União Europeia, etc.), despesas para as quais as regiões autónomas não contribuem, constituindo encargo exclusivo dos contribuintes do Continente.
Em vez de ter todos os benefícios e nenhum encargo, era bom que a Madeira começasse a comparticipar nos encargos nacionais comuns (dos quais, aliás, as regiões autónomas nunca deveriam ter sido isentas).”

Link para o artigo original aqui.

uma anedota para relaxar

Um distribuidor da Carlsberg, um da Budweiser e um da Super Bock encontram-se ao fim do dia para beber um copo.
O da Carlsberg pede uma Carlsberg, o da Budwaiser uma Budwaiser, e o da Super Bock diz:
“Bem, já que ninguém bebe cerveja, traga-me uma coca-cola”.

a bbc e o cristiano ronaldo

São 01:10 do dia 13 de Janeiro de 2009.
O Cristiano Ronaldo ganhou há pouco o Fifa World Player of the Year relativo a 2008. Naturalmente, a BBC noticiou o assunto. Como também costuma fazer em notícias mais importantes dentro da sua área (Futebol, esta), inclui na página um link para que os leitores possam responder a uma pergunta colocada pela BBC. No caso: Did Ronaldo deserve the title?
Ora acontece que *neste momento*, ao clicar nesse link (e vou fazer Copy & Paste porque provavelmente mais tarde já lá não estará o texto), pode ler-se:

This article has been temporarily hidden, because a member of our Moderation Team has referred it to the Community Team for a decision as to whether it contravenes the House Rules in some way. We will do everything we can to ensure that a decision is made as quickly as possible.

E o que são as tais House Rules ? Estão aqui. Ora lendo-as, juntando as peças todas do puzzle e especulando um pouco, parece-me que se calhar a discussão tombou para a baixaria mesmo. Só tenho pena de não ter visto antes para poder saber o que de facto estava a acontecer, mas se calhar o prémio que o Cristiano Ronaldo ganhou, terá incomodado muita gente.
Quem terá sido ?

ainda os jornais

É incrível a quantidade de typos, de lógica e pior do que isso, erros ortográficos, nas notícias online dos nossos jornais que leio (já nem menciono os sites noticiosos).
São incontáveis, pura e simplesmente. Eu até gabo a paciência do Pedro Aniceto em os coleccionar aqui. A única explicação que encontro para isto é que pura e simplesmente não há revisores nas notícias online. E que os artigos com typos nem sequer são revistos por quem os escreve. Quanto aos que contêm erros ortográficos, nem sei que dizer.
Mas será que nenhum responsável pelos jornais, pensa na (má) imagem que estão a projectar ? Que um jornal deve ser um local de respeito pela língua portuguesa ? E que pelo facto de ser uma versão online esta situação não é mais aceitável por isso ? Ou será que desconhecem o que se passa ?

momento zen [19]

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