coisas do firefox 3

É impressão minha ou a gestão de bookmarks no Firefox 3 é muito menos intuitiva do que na versão 2 ?
É pá, eu acho que a 3 está espectacular, mas há pormenores de interface que me parece só terem sido mudados  para as pessoas verem com os dois olhos que a terra os há-de comer que sim, é uma nova versão. Quando na verdade, as maiores mudanças de que o browser necessitava eram aquelas que não se viam.
E ainda por cima, logo passadas umas horas de ter saído, foi reportado um bug de segurança crítico que para piorar as coisas, já vinha das versões 2.0.x.
E já agora, porque é que as versões release candidate e final não têm nenhum sítio visível onde esteja claro quais são umas e qual é a outra ?

Posso  ter um mau feitio do catano e talvez seja por isso que me irritam estas coisas. Mas este é um projecto tão importante para o software livre.
Apetece-me mandá-los para um sítio qualquer que não vou escrever aqui. Irra!

a momentary lapse of reason

O álbum A Momentary Lapse Of Reason foi o primeiro dos Pink Floyd depois da saída de Roger Waters e do estrondoso sucesso que foi The Wall (e ainda é).
Lançado em 1987, foi acolhido pelos fãs e pela crítica como brilhante. Lembro-me de o ter ido comprar a correr quando saiu.
Na ficha técnica, os Pink Floyd são apenas David Gilmour e Nick Mason, o Richard Wright é mencionado como músico convidado. No baixo surge Tony Levin, quem eu considero ser o melhor baixista de Rock de sempre (quem quiser refutar esta afirmação com outro nome, tem que me mostrar que conheçe o trabalho e a obra deste mestre. Já tocou para tudo quanto é gente – de David Bowie a Natalie Cole ou Alice Cooper - e é o baixista residente do Peter Gabriel).
Produzido por Bob Ezrin, o álbum tem uma sonoridade diferente de tudo e sem ser um álbum conceptual, é musicalmente extremamemente coerente.
Na altura, o tema On The Turning Away foi um big hit do álbum e embora seja uma boa canção, é uma daquelas orelhudas que o David Gilmour escreve em cinco minutos. De resto, do ponto de vista da composição musical, é de uma complexidade elevada, talvez só comparável a Animals.
Vi-o e ouvi-o todo tocado ao vivo num concerto que deram em Madrid no estádio do Atlético no dia 30 de Julho de 1988.
O David Gilmour nunca deu uma explicação para o nome do álbum, mas é mais ou menos pacífico que é uma picadela não só à saída do Roger Waters, mas principalmente a todos os processos judiciais que este moveu aos restantes três elementos da banda para que só ele ficasse com o direito de continuar a tocar as canções e ao uso do nome Pink Floyd. Perdeu sempre.

Fica aqui One Slip. Não é particularmente complexa, mas de algum modo, está muito bem esgalhada. Ouvir com atenção a linha do baixo, que é simples mas extremamente eficaz (o bonito não precisa ser complicado) e ao slap que faz no meio e no final.
Fica também Yet Another Movie. Esta sim, difícil de ouvir, mas bonita de fazer qualquer melómano chorar por mais.

One Slip, Pink Floyd

Yet Another Movie, Pink Floyd

também já tenho o meu :)

o verdadeiro site sobre o benfica

O Marco do Bitaites deu-nos a conhecer um novo blog sobre o Benfica e define-o:

Ilustres benfiquistas como Miguel Esteves Cardoso ou Júlio Machado Vaz, apadrinhados pelo próprio presidente, Luís Filipe Vieira, e pelo Sapo (que é verde mas não se importa), juntaram-se a outros ilustres benfiquistas que desconheço para criar um novo blogue dedicado em exclusivo ao nosso clube.

Nada disso, o verdadeiro site para quem quiser estar informado sobre o que é o Benfica e que qualquer Sportinguista, Portista (e porque não também Benfiquista) deve consultar, é o Vermelhices. Imperdível!

a little bit of jazz by myself

Eu sou um apaixonado pela guitarra. Tirei o Curso de Guitarra Clássica no Conservatório em adolescente (8 anos) e sou também um apaixonado pelo Jazz na guitarra. Depois de ter tirado o curso, fui para a Universidade e nunca mais aprofundei os meus conhecimentos ou voltei a praticar a sério. Participei apenas em vários espectáculos ad-hoc, a solo ou em grupos igualmente ad-hoc. Espectáculos que iam desde recitais clássicos a músicas Pop/Rock nos festivais da juventude da minha terrinha. A coisa mais séria em que participei foi num grupo de recolha do cancioneiro regional de Aveiro que durou dois anos. Chamava-se Esteiro Grande, o nome do Esteiro que existe no Forte da Barra.

O vídeo que poderão ver, foi gravado nas férias do Verão passado. Talvez seja demasiado chamar-lhe Jazz. É apenas puro improviso com um cheirinho.
O acompanhamento de fundo também é meu, previamente gravado num pedal JamMan da DigiTech.
O tic-tac que se ouve é do metrónomo.
O barulho de crianças é cortesia do meu filho e primos que estavam a brincar perto :)

A bit of jazz by myself

Enjoy!

die fälscher

Ontem, na minha ronda pelo clube de vídeo e sem saber muito bem o que escolher, a empregada disse-me, “Olhe, temos um filme novo que é muito bom”. Como eu estava mesmo a ver que não ia alugar nada no meio do lixo que são os clubes de vídeo, resolvi aceitar a sugestão.
Foi então que trouxe Die Fälscher, em português, Os Falsificadores.

É um filme austríaco que ganhou o Oscar deste ano para melhor filme estrangeiro.
E de facto é um filme absolutamente fabuloso. Nem está nos cânones dos filmes de Hollywood, mas também não é cinema europeu chato. É simplesmente um excelente filme. Ponto.
Conta a história verdadeira de uma operação secreta Nazi durante a 2ª Guerra Mundial para falsificar libras e dólares em larga escala. Num primeiro momento para inundar a Inglaterra e os EUA com eles, destruíndo-lhes assim a economia; Mais tarde, já com a Alemanha na falência, para continuar a pagar o esforço de guerra.
É aqui que Sall Sorowitsch – um russo judeu a viver na Alemanha que tinha sido preso antes da guerra por falsificação – é transferido para um campo de concentração para liderar um grupo de outros presos que eram antes de irem para campos de concentração, especialistas em tipografia, desenho, colótipo, etc., todos judeus também.

Estavam num campo concentração tão horrível como qualquer outro Nazi, mas eram especiais.
Viviam e trabalhavam num pavilhão do campo isolado, eram bem tratados, alimentados, tinham instalações sanitárias, camas a sério, fins-de-semana, uma mesa de ping-pong e até… médico, outro judeu prisioneiro. Enfim, dentro do que é possível sendo-se preso num campo de concentração, viviam como uns nababos. Mas não ignoravam o que se passava no campo fora do pavilhão.

Não vou ser aqui um spoiler, mas o filme é também acerca do instinto de sobrevivência, de valores e de quão se está disposto a deixá-los cair simplesmente para poder continuar a viver em situações extremas. Mostra também que havia judeus dispostos a colaborar com os Nazis pela sua sobrevivência (não é novidade) e que também havia oficiais Nazis que não comiam criancinhas ao pequeno almoço (também não é novidade).
A relação de respeito múto que se estabelece entre Sall Sorowitsch e o Oficial Nazi que comandava a operação, não sem as suas tensões é uma marca do filme.
Não são duas horas de lamechice. Os Nazis odiavam tanto estes judeus que tão bem tratavam como qualquer outro. Mas precisavam deles para fazer um trabalho extremamente importante e logicamente sabiam que só prisioneiros bem tratados o poderiam fazer. E estes sabiam que enquanto o fizessem, sobreviveriam.
Não há cenas de violência no filme, mas o que não se vê do campo de concentração fora daquele pavilhão, está sempre no ar.
Os actores são fantásticos, Karl Markovics encarna um Sall Sorowitsch genial e o filme é muito, mas mesmo muito bem realizado.

Definitivamente a ver. Corram aos vossos clubes de vídeo e vejam por vós. Eu por mim, vou comprá-lo para a minha videoteca.

a primeira vítima da guerra é a inocência [3]

algumas coisas nunca mudam

Tanta conversa para o Firefox 3 ser o software mais descarregado de sempre, tanta campanha e passa-a-palavra e depois um gajo vai à página de download do dito e dá com isto.
Firefox Setup 2.0.0.4.exe ?
Um bocadinho mais de cuidado nestes pequenos pormenores eram sempre bem-vindos.

Enfim…

Actualização: mudaram a página 30 minutos depois de ter escrito isto, é preciso ter pontaria.

o momento da selecção nacional

Ó Scolari, eu não gosto de ver perder a selecção nem a feijões. Eu compreendo e concordo até com a necessidade de fazer descansar a equipa principal, mas o jogo contra a Suíca era para ganhar, ó meu.
E o que é que se passou ? Perdemos, não arrasámos o grupo conforme estava perfeitamente ao nosso alcance e mostrámos ao mundo que não temos uma boa selecção, mas apenas uma boa equipa de 11 jogadores.

Se perdermos contra a Alemanha (coisa que qalquer selecção tem como certa logo à partida quando joga com esta equipa), o saldo final da nossa participação no Euro 2008 vai ser duas vitórias e duas derrotas.

Vais ficar satisfeito ? Eu não.

asp.net

Ando a trabalhar há meses num projecto que integra várias plataformas e tecnologias, nomeadamente Windows e Linux. Por via disso, tive que me habituar a coisas nas quais nunca tinha mexido a sério: IIS, ASP.NET, C#, MS SQL SERVER.
Bem, eu sempre que ouvia falar ou lia algo sobre o ASP.NET, embora não me interessasse pelo assunto, pensava que aquilo devia ter alguma coisa de inovadora. Boa ou má, devia ter para causar tanto falatório.

Mas hoje, passados estes meses, é mais do que claro para mim que o ASP.NET não tem nada de absolutamente novo. O conceito é absolutamente banal e já tem muitos mais anos do que ele próprio. Se, por exemplo, trocarmos o C# por PHP, IIS por Apache, MS SQL SERVER por MySQL e o sistema operativo, o conceito é exactamente o mesmo.
Claro que tem algumas coisas positivas, como o Visual Studio que é um excelente IDE, o C# é muito mais estruturado do que o PHP e lida excelentemente com excepções (mas não mais do que o Python ou o Java), embora proíba certas coisas que não fazem – pelo menos para mim – qualquer sentido. Seja como for, acho o C# uma línguagem engraçada.

Enfim, não tem nada de novo, é só marketing.
E quanto a IIS e MS SQL SERVER, é melhor nem falar. Se ainda há quem possa querer argumentar alguma coisa a favor da base de dados, o IIS então não tem qualquer comparação possível com o Apache. Simplesmente, para além dos aspectos de segurança, não tem a mesma robustez, escalabilidade, fiabilidade e quanto à versatilidade que o Apache tem com os seus módulos, o IIS nem sequer sonha com ela.

momento zen [14]

scolari vai-se embora, e a seguir ?

Não me aquece nem me arrefece que o seleccionador nacional – o Sr. Scolari – se vá embora.
Vivemos numa sociedade livre, escolheu outro caminho, a vida é dele. Como diz o ditado, “cada um sabe de si e Deus Nosso Senhor de todos”. Não me parece que o campeonato inglês seja para o tipo de treinador que é, mas isso também não interessa para nada. O Abramovich deve ter visto o jogo com a Turquia e sacou logo da carteira os milhões necessários para que o Scolari não pudesse dizer que não.

Pode pensar-se o que se quiser de Scolari, que é um arrogant bastard, teimoso, que se passa às vezes nas conferências de imprensa, etc., mas no fim, o que interessa são os resultados e estes, falam por ele.
Nunca a selecção nacional viveu um período tão continuado de presenças em competições internacionais e com tão boas classificações.
Mais importante do que isso, acabou com a autêntica bagunça, indisciplina e pouca vergonha que sempre caracterizou o ambiente e modus vivendi à la putas e vinho verde da selecção. Se calhar, uma coisa também tem a ver com a outra.

Agora o que eu não gostei foi do timing para o anúncio. Estamos em pleno Europeu, os jogadores vão ficar desapontados porque é sabido gostarem do homem e entre Scolari e a Federação (leia-se Gilberto Madaíl), não sei como vão ficar as coisas. Pode até nem ter tido culpa, o Chelsea também tem os seus timings, mas não gostei. Espero que esta notícia inesperada não afecte o rendimento da equipa.

Algo me diz que ainda vamos ter saudades do homem.

citações do file lord of war [3]

Andre Baptiste [Presidente/ditador da Libéria]: Welcome to Democracy!
Yuri Orlov: Democracy? What have you been drinking Andy?
Andre Baptiste: Heh, you have not seen the news. You know, they accuse me of rigging elections. But after this - [aponta para um jornal com a as notícias da eleição que Al Gore perdeu escandalosamente na Florida] - with your Florida and your Supreme Court of Kangaroos, now, the U.S. will shut up forever! [Risos]

Of all the weapons in the vast soviet arsenal, nothing was more profitable than Avtomat Kalashnikova model of 1947. More commonly known as the AK-47, or Kalashnikov. It’s the world’s most popular assault rifle. A weapon all fighters love. An elegantly simple 9 pound amalgamation of forged steel and plywood. It doesn’t break, jam, or overheat. It’ll shoot whether it’s covered in mud or filled with sand. It’s so easy, even a child can use it; and they do. The Soviets put the gun on a coin. Mozambique put it on their flag.

You know who’s going to inherit the world? Arms dealers. Because everyone else is too busy killing each other.

tropa de elite

Ontem, vi em DVD um filme brasileiro chamado “Tropa de Elite”, aka BOPE (Batalhão de OPerações Especiais).
O filme retrata a vida de um batalhão especial da Polícia Militar composto por 100 homens absolutamente honestos e incorruptíveis que combatem o tráfego de droga nas favelas do Rio de Janeiro. Acreditam ainda piamente na necessidade desse combate.
Porém, quando chega a hora de obter informações ou de carregar no gatilho, não se fazem rogados.

O filme é excelente, com actores muito, muito bons e uma linguagem natural com uma dicção irreprensível. Não são necessárias legendas e o português está muito mais próximo do nosso do que o das novelas.
Não há lá nenhum actor que conheçamos das ditas, mas são de uma naturalidade incrível. A realização é muito boa, idem para a fotografia e para a história. Este filme está muitos, mas mesmo muitos furos acima do que se faz cá em Portugal.

Não sei como se possa comprar o DVD, foi um amigo meu que mo emprestou. Se o conseguirem sacar arranjar, vale bem a pena as duas horas passadas a vê-lo.

Fica aqui o link para o imdb e um para o trailer oficial no YouTube. Se pesquisarem no YouTube por “Tropa de Elite”, encontram mais vídeos.

PS. O BOPE existe mesmo, não é uma invenção do filme.

citações do filme lord of war [2]

Do you know why I do what I do ? I mean, there are more prestigeous assignments. Keeping track of nuclear arsenals - you’d think that be more critical to world security. But it’s not. No, nine out of ten war victims today are killed with assault rifles and small arms - like yours. Those nuclear weapons sit in their silos. Your AK-47, that’s the real weapon of mass destruction. [Jack Valentine, the Interpol policeman to Yuri Orlov]

Every faction in Africa calls themselves by these noble names - Liberation this, Patriotic that, Democratic Republic of something-or-other… I guess they can’t own up to what they usually are: a federation of worse oppressors than the last bunch of oppressors. Often, the most barbaric atrocities occur when both combatants proclaim themselves freedom-fighters.

After the Cold War, the AK-47 became Russia’s biggest export. After that came vodka, caviar, and suicidal novelists.

momento zen [13]

citações do filme lord of war [1]

Selling a gun for the first time is a lot like having sex for the first time. You’re excited but you don’t really know what the hell you’re doing. And some way, one way or another, it’s over too fast.

Without operations like mine it would be impossible for certain countries to conduct a respectable war. I was able to navigate around those inconvenient little arms embargos.

The first and most important rule of gun-running is: Never get shot with your own merchandise.

lord of war

O Senhor da Guerra (Lord Of War) é um filme de 2005 absolutamente genial. Aproveitei para o rever na 6ª feira passada, pois saiu com o Correio da Manhã. O filme conta a história verídica de um traficante de armas de origem russa, mas a viver na América – Yuri Orlov – interpretado por Nicholas Cage e a perseguição feroz que lhe faz um polícia americano da Interpol absolutamente incorruptível – Jack Velentine, interpretado por Ethan Hawke.
O filme é todo excelente. Actores, realização, you name it.

O que faz o filme ser tão especial é a narrativa que vai sendo feita ao longo de todo o mesmo e com quantidades industriais de tiragens absolutamente cínicas.
Acho que merece que inaugure uma secção aqui no blogue com elas.
Aqui fica a primeira que é a que abre o filme:

There are over 550 million firearms in worldwide circulation. That’s one firearm for every twelve people on the planet. The only question is: How do we arm the other 11 ?

the exchange

Clint Eastwood vem aí com aquela que parece ser mais uma obra prima: The Exchange. Ao que parece, conseguiu fazer da Angeline Jolie uma actriz e tudo.
Exibido em Cannes e com estreia marcada para Novembro, ainda se sabe pouco sobre ele, por isso deixo aqui as palavras do jornalista Francisco Ferreira, enviado do Expresso ao certame e que teve a oportunidade de o ver. O original pode ser lido aqui.

"Depois de dois filmes de guerra sublimes, As Bandeiras dos Nossos Pais e Cartas
de Iwo Jima, Clint Eastwood, 78 anos, lançou-se para um drama de época passado
em Los Angeles, no final dos anos 20, na alvorada da Depressão. Angelina Jolie,
bela de fazer secar o Tejo (ou o Mediterrâneo, que está aqui mais à mão), veste
a pele da emancipada Christine Collins, mãe (solteira) de um miúdo de nove anos.
As bases do melodrama estão lançadas quando o miúdo desaparece de casa. A América
está a ferver, a imagem pública da polícia de Los Angeles está de rastos e o
desaparecimento ganha contornos que fazem lembrar o "caso Maddie".

"It's not my son"

Parece história para fazer chorar as pedrinhas da calçada, mas isto é só o início.
É que, cinco meses depois, Christine recebe das mãos da polícia um "falso filho",
uma criança com a mesma idade do desaparecido e que lhe chama "mãe". Estupefacta,
ela diz o que qualquer mãe diria: que aquela criança não é sua. A polícia, que quer
abafar o caso, fá-la passar por doida e interna-a num asilo psiquiátrico.
Não contamos mais do que estes primeiros quinze minutos de um filme de
duas horas e vinte. O melodrama cedo desaparece, transforma-se em reflexão política
sobre os abusos do poder, a corrupção e a violência de uma América dos anos 20 que
ecoa na América de hoje: um país em crise. Jolie está magnífica, é o papel da
sua vida. Clint tem a balança da justiça no seu lado e um olhar de genorisidade
sobre o mundo capaz de olhar a tragédia nos olhos e a terrível história infanticida
que se segue.
The Exchange (o filme chamava-se "Changeling" mas a Universal mudou-lhe o título
na última hora) é o grande filme que faltava a Cannes. É de um classicismo puro.
No próximo sábado, talvez se transforme na Palma de Ouro que ainda falta a Clint."

indiana jones e o não sei o quê da caveira

Fui ontem ver o filme e ou é da minha vista, ou é mesmo uma grande merda.

E pronto, não se me ocorre dizer mais nada sobre as duas horas que passei sentado no cinema, talvez a não ser que a cate Blanchett está mais bela do que nunca, mas com um cu que mais parece uma padaria.

interoperabilidade

Alguém me explica porque é que nesta função em PHP a correr num servidor Linux funciona perfeitamente do lado do IIS/ASP.NET/C# se usar o mt_rand e me dá um erro de Out Of Memory se usar o mt_srand ?
Não perdi muito tempo com o assunto, resolvi de outro modo, mas beats me!

Função PHP a correr em LAMP:

function create_pass() {

$length = 10;
$password="";
$possible="0123456789abcdefghijklmnopqrstuvxwyzABCDEFGHIJKLMNO....  etc.";
srand((double)microtime()*1000000); $i = 0; while ($i < $length) { $char = substr($possible, mt_rand(0, strlen($possible)-1, 1); if (!strstr($password, $char)) { $password .= $char; $i++; } } return $password; } // create_pass()

Função ASP.NET/C# a correr em Windows. Esta função leva como parâmetro um URL para o ficheiro PHP no qual está a função acima:

public static string createNewUserData(string URL)
{
WebRequest request = WebRequest.Create(URL);

request.Proxy = null;

request.Credentials = CredentialCache.DefaultCredentials;
HTTPWebResponse response = (HTTPWebResponse)request.GetResponse();

Console.WriteLine (response.StatusDescription);

Stream dataStream = response.GetResponseStream();
StreamReader reader = new StreamReader(dataStream);

string responseFromServer = reader.ReadToEnd();

reader.Close();
dataStream.Close();
response.Close();

return (responseFromSever);

}  // createNewUserData


Presumo
, não sei, que tenha a ver com o tamanho da resposta recebida na função em C# que talvez seja muito grande para guardar numa string.

Acho que com isto, tirava a dúvida:

StringBuilder responseFromServer =  new StringBuilder();
responseFromServer.Append(reader.ReadToEnd());
GC.Collect();

Anyway… so much for interoperability.

indiana jones, zeca afonso e eu

“The worst thing about getting old is remembering when you were young.”
in The Straight Story.

Tenho quase quarenta anos, o que significa que mais ou menos na melhor das hipóteses, já vivi metade da minha vida. Não sei o que se passa com as outras pessoas quando chegam a esta idade, mas a mim dá-me para uma certa nostalgia dos meus tempos de adolescente e adulto jovem.

Há meses, comprei a edição em CD da compilação do Zeca Afonso que já tinha tido em vinil e guardei no armário dos CD bem guardadinho. Há pouco tempo fui pôr a tocar. Não consegui ouvir mais do que meia-dúzia de canções. A quantidade de emoções mistas, de recordações, que aquela música que toda a vida ouvi foi demais para mim. Voltei a guardar os CD no sítio deles.

Isto faz-me lembrar o novo Indiana Jones que aí vem. Apesar de achar o Steven Spielberg um realizador medíocre, dou-lhe todos os créditos por esta série de filmes. São despretensiosos, mas absolutamente honestos. São pura aventura. E nisto, ele é muito, mas mesmo muito bom. O Professor Universitário, arqueólogo, homem do chicote e da pistola e mulherengo (que o José Rodrigues dos Santos copiou descaradamente para a personagem Tomás Noronha dos seus livros), safa-se das situações mais encrencadas de um modo em que acreditamos. Quem nunca viu os três filmes anteriores, aconselho a que veja antes deste.
Eu sou da geração do Indiana Jones (para não falar do Charlie Brown, Pink Panther, etc.), não sou das tartarugas ninja e bodegas do género. Lembro-me de ir ver o primeiro, em 1982, no Teatro Aveirense ou no Avenida, já não me lembro bem.
Pretendo ir ver o novo filme, mas pergunto-me se me vai provocar o mesmo efeito que a música do Zeca.
Se sim, saio a meio.

foi bonita a festa, pá

Sporting 2 - Porto 0

O Porto, com o seu habitual desportivismo, abandonou o relvado antes da entrega da Taça ao Sporting.
Nada de novo.

pergunta de algibeira

Como é possível uma pessoa estar de manhã num tribunal a ser julgada por trafulhices e no mesmo dia à noite numa jantarada – a convite – com uma catrefada de Deputados da Nação na Assembleia da República ?
Eu sei que há o princípio da presunção de inocência, mas um bocadinho mais de recato por parte dos Srs. Deputados convidantes não teria ficado mal.

E depois dizem que o poder Político é separado do Judicial. Não é que os Deputados tenham cometido qualquer ilegalidade, mas e se o gesto for interpretado como um “recado” ao Tribunal ?

País das bananas, este.

o ftp morreu ?

Ontem, inscrevi-me na mailing list do pureftpd só para perguntar se tinha sido descontinuado, uma vez que a última versão estável é de 2006. Respondeu o responsável pelo projecto, um bocado irritado, dizendo mais ou menos que o FTP está acabado.
Como o email circulou numa mailing list e já há-de estar nos arquivos web, deixo aqui a resposta para que possam dar a vossa opinião. A minha é que o FTP ainda é muito útil, mas ele tem razão nalguns pontos.

"It's not abandonware, it's still supported and new releases will see the
light. Patches are welcome. And even if the current version is getting old,
it won't stop working just because it's getting old. And it's not like
Qmail (or like it used to be), the licence is BSD for a long time, so it's
not open-source software that no one can tweak.

To be fair, I've a lost a interest in the project, with the hope that the
FTP protocol would die. Seriously, the FTP protocol is totally obsolete, it
was broken by design and it was never fixed. Using dynamic ports for every
transfer is crazyness, and we can easily guess that it was designed before
firewalls and NAT were invented. Securing the protocol is adding artificial
bloat to it and introducing new incompatibilities with routers and
firewalls. Try to run a server on a non-standard port. Good luck to get your
customers reach it. The RFCs are vague and implementations interpret it
freely even for simple things like listing directories.
Seriously, the FTP protocol is crap. We're year 2008, it's silly that we
still use it, while SSH (sftp, channels multiplexing, crypto, compression...)
and HTTP (webdav) have solid fundations to replace it in a way, way, way
better way.

This is also a reason why I wanted to spent time on other projects.
Web-based projects because this is what everyone has to do nowadays for a
living. Some other small daemons. And another project that should get
public in a few weeks, a very high performance distributed instant messenging
server (not in Erlang, not a Jabber implementation, but in C with libevent
and very aggressive memory caching, and with a simple RESTful API). The
client is similar to the Facebook chat. That project might become my new
"main" project.

Best Regards,
Frank Denis"

ah, esta cover

Escrevi numa actualização e num comentário no meu anterior artigo “covers” que há uma canção da qual eu gostava mais de uma cover do que do original e eu já gosto imenso deste. É a cover que a Maria João e o Mário Laginha fizeram do tema Wake Up Dead Man dos U2 no álbum Undercovers de 2003.

Um leitor escreveu: “nunca ouvi essa da Maria João, mas não deve ser muito fácil porque a versão original dos U2 está mesmo muito boa e não podia estar melhor a fechar o POP… ;)“.

Ouçam por vós próprios e digam o que acham. Se gostarem, corram a comprar o álbum. Só tem… covers, algumas de canções bem inesperadas, tendo em conta o universo em que a Maria João e o Mário Laginha habitualmente se movimentam.

Wake Up Dead Man, U2 by Maria João e Mário Laginha

ele há coisas que nunca mudam

Há dias, no trabalho, mudei um serviço que tinha acumulado com outro num servidor para uma máquina nova. Ora, máquina nova, IP novo. Adicionado o host ao tinydns, feito o restart à cache de DNS,

# svc -t /service/dnscache

os servidores Windows e Linux, imediatamente comçaram a resolver o nome para o IP novo.

O Windows Vista não. “Bem, isto deve ter uma cache de DNS burra que nem uma porta.”

ipconfig /renew

Nada, “Humm… há aqui um serviço de cliente e cache de DNS”. STOP, START. Nada, na mesma.
“Tem que ser à bomba”, leia-se rearrancar o Windows.

Feito, já passou a resolver bem. Se há alguma coisa boa no Windows, é que há certas coisas nele que nunca mudam por mais anos e versões que passem.

Actualização I: pelos comentários deixados, parece que há um comando que resolveria o problema:

ipconfig /flushdns

Estamos sempre a aprender :)

Actualização II: O Windows Vista tem um serviço chamado DNS Client que é uma cache de DNS, conforme está bem escarrapachado na descrição. Portanto, parando-o e voltando a arrancá-lo como fiz, devia ter esvaziado a cache se fosse inteligente.

pureftpd

Alguém sabe o que aconteceu ao servidor de FTP, o PureFTPd ?
Já há anos que é o meu preferido, mas a última versão estável é de 2006.
Aquilo foi descontinuado ou é finishedware como o qmail ?

actores zen

Ontem vi um filme com o John Malkovitch. E fez-me lembrar um conjunto de actores: ele, o Sir Anthony Hopkins, o Sean Penn, o Edward Norton, o Daniel Day-Lewis e mais um ou dois de que não me lembro agora, a que chamo “actores Zen”. Passam por um filme transmitindo uma serenidade e uma paz interior indescrítiveis. “Este sou eu e só um, o actor e a personagem”. Não sabem representar mal, não usam tiques. São só eles em frente à câmera numa postura de calma e tranquilidade, independentemente do género de filme.

Há tempos, no Late Night Show com o Conan O’Brien, o convidado era o Sir Anthony Hopkins.
No entanto, e ao contrário do que é habitual, o programa não foi histérico ou especialmente divertido. O anfitrião conduziu uma entrevista normal a um Anthony Hopkins sereníssimo, tranquilo, um “actor Zen” como lhe chamou Conan O’Brien, precisamente.
A dada altura, do alto dos seus 68 anos, Anthony Hopkins disse qualquer coisa como isto:
“Às vezes convidam-me para ir dar umas aulas à UCLA e o que me incomoda mais é a tensão, o nervosismo, a urgência daqueles alunos. E eu, porque também já fui jovem e também já fui assim, costumo dizer-lhes que o mundo amanhã vai voltar a girar e que a harmonia na vida deles não depende de um 17 ou de um 18, de um encontro satisfatório, da concretização de todos os seus sonhos. Não quer dizer que não lutem por tudo isso - devem fazê-lo - mas aceitem e aprendam com os sucessos e também com os insucessos e frustações.”

Parece contraditório, mas não é. É precisamente assim que se deve ser. Zen.

o meu artigo sobre o iphone

Este é o meu artigo sobre o iPhone. Não há cão nem gato que já não tenho escrito um, por isso não posso ficar para trás.
E a primeira coisa que me vem à ideia é: “It’s just a fucking cell phone, for Christ’s sake”. Não interessa se é da Apple, se faz francesinhas, é um telemóvel.

Vivemos na era do Homo Comunicabilis, a do Homo Sapiens já ficou para trás. Temos que comunicar, temos que estar comunicáveis. A toda a hora, minuto e segundo. Tens que ter o telemóvel ligado, enviar SMS, receber (as chamadas são caras). É o MSN, o email, os sites sociais, o Twitter. É o raio que o parta. As pessoas perderam a noção de tempo para elas próprias, para o seu próprio ser. Agora, ser é comunicar. Comunicar é existir. Não comunicas, não existes.

E para isso, é preciso um telemóvel topo de gama, quantas vezes pagos a prestações e só para mandar e receber SMS que, mais uma vez, as chamadas são caras. Há pouco tempo, li no Público que a duração média de uma chamada feita a partir das redes móveis é de um minuto. Acho que isso diz alguma coisa em contraste com os telemóveis hi-tech que toda a gente se pela por um.

Recuso-me a entrar nesta onda. Quero tempo para mim, para ver filmes, ler livros, para pensar e meditar. “Quem sou ?”, “Para onde vou ?”.
Por isso, tenho o telemóvel quase sempre em modo silêncio (e só não o desligo, porque estou longe do meu filho e pode acontecer alguma coisa), o MSN idem, vou usando o email.
Quando vou a festas da escola, da natação, etc. do meu filho, pasmo com os pais a filmar a fotografar, a enviar MMS. E pergunto-me: “estão a viver o momento ?”. Eu penso que eles pensam que sim.
Eu, apesar de amante da fotografia e de ter carradas delas do meu filho, nessas ocasiões, vejo só. E guardo na memória. Celebro a vida dele assim, atento a vê-lo em vez de andar de um lado para o outro a espreitá-lo por um visor.
Vivo a vida, não sou escravo da tecnologia.

Ah, o meu iPhone é um Nokia 6100. Já tem quatro anos, faz e recebe chamadas e SMS. É só o que eu preciso. E quando se estragar, é um do mesmo género que vou comprar.
It’s just a fucking cell phone, for Christ’s sake.

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